Uíge - O professor titular de Instituto Superior de Ciências de Educação (ISCED) do Uíge, Dissengomoka Sebastião Alexandre, disse sexta-feira, nesta cidade, que o uso fluente de línguas nacionais por pessoas que fazem parte do tecido humano ( idosos, adultos, jovens, adolescentes e crianças menores de cinco a oito anos de idade) passa necessariamente por uma educação familiar.
O catedrático fez estas declarações à Angop, à margem de uma palestra promovida pela direcção provincial de cultura sob o tema “a importância, valorização e preservação de línguas nacionais”, tendo como participantes os alunos do I e II ciclos de ensino secundário do Uíge, do Bairro Kixikongo, adjacente a cidade do Uíge.
Para o psicólogo, a família sendo o principal báculo de sociedade e fonte para elaboração de instrumentos juridicamente costumeiros de uma cultura, deve marcar os seus primeiros passos que se traduzem numa aplicação teórica e prática sobre o assunto em debate.
Admitiu que para que haja uma aplicação prática desta mesma temática, o estado deve mobilizar mais fundos, entidades científicas, promoção de mais acções ligadas ao uso fluente de línguas nativas, com vista a dar respostas a todos os vectores que contribuem para o fracasso de exercícios linguísticos.
Por sua vez, o director provincial da Escola do II ciclo de ensino secundário no Uíge, Domingos Fernando, ao agradecer o gesto de direcção da cultura, apontou a presença colonial, sendo um dos factores que contribuiu de forma massiva ao abalo do uso progressivo de línguas nacionais entre regiões.
O pedagogo afirmou que a realização de mais palestras, introdução de todas as línguas autóctones a nível do ensino médio e superior, campanhas de sensibilização e outras acções formativas a nível das comunidades, assim como o envolvimento de vários actores sociais e parceiros do governo, constitui um dos instrumentos cruciais que possam solucionar de forma significativa todas as variáveis.
Já o director provincial da Cultura no Uíge, José Caricco Cussiquina, garantiu que o governo está a trabalhar, no sentido de incluir no currículo de ensino, as disciplinas de línguas nacionais, para a sua possível materialização.
Realçou que o governo angolano, em colaboração com o Instituto de Línguas Nacionais (ILN), organismo tutelado pelo ministério da cultura, tem vindo a trabalhar na criação de condições, para o apoio à cientistas, com vista o desenvolvimento de um estudo profundo a cerca de línguas de origem, em termos de publicação de resultados de investigação e edição de dicionários de todas as línguas faladas entre povos “Bantu” e outros.
Sessão marcada com a presença de várias entidades científicas, culturais, sociais e outras individualidades, foi animada por manifestações culturais entre música, poesias e trova.
Via Angop