Educação e Saúde no Uíge registam forte crescimento
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Por José Bule
Uíge investe forte na melhoria da qualidade da prestação dos serviços às populações da província, através dos programas de Investimentos Públicos e de Combate à Fome e à Pobreza, responsáveis pelos avanços registados nos sectores da Educação, Saúde, Energia e Águas, Agricultura, entre outros não menos importantes.
Em 2015, a formação de quadros mereceu atenção especial ao níveldos subsistemas de ensino geral, superior e técnico-profissional. O sector da Educação continua a crescer de forma significativa. O número de alunos matriculados aumentou para 470.853 em 2014.
Em 2008, foram construídas 106 escolas com um total de 1.399 salas e, para no período de 2010 a 2014, o número cresceu para 199 escolascom mais de 5.732 salas. “A diferença é notável”, disse o governador Paulo Pombolo, na tradicional cerimónia de cumprimentos de fim do ano.
No ano prestes a terminar, foram inauguradas e apetrechadas novas escolas, enquanto outras ficam por concluir em 2016. Estas unidades vão permitir reduzir pela metade o número estabelecimentos provisórios e precários na província, num total de 1.050 salas.
Paulo Pombolo acrescentou que, no ensino superior, a província deu umsalto qualitativo em termos de infraestruturas e no processo deensino-aprendizagem na Universidade Kimpa Vita e Instituto Superiorde Ciências da Educação (ISCED).
“A população estudantil no ensino superior cresceu significativamente. Neste momento, as duas instituições do ensino superior na província congregam um total de 13.196 estudantes, 286 docentes em 21 cursos superiores em funcionamento”, disse.
Preocupação com a malária
O sector da Saúde, apesar de ter alcançado bons resultados no domínio das infraestruturas, houve falhas na sistematização das acções de saúde pública na periferia da capital da província, assim como nos municípios e comunas. “Com o início das chuvas e tendo em conta as características da região, mais atenção deve ser dada às acções de combate à malária”, referiu ogovernador.
Paulo Pombolo solicitou às igrejas e outros grupos sociais no sentido que dediquem, a par da evangelização, algum tempo a acções de sensibilização e mobilização da população sobre as formas de prevenção da malária.
Para o governador, a Direcção Provincial da Saúde deve prestarmais atenção ao funcionamento das unidades sanitárias, sobretudo nos municípios e comunas, tendo em conta as reclamações das populações. “Essa acção deve ser também tarefa das administrações municipais, através das respectivas direcções de saúde”, disse.
Em 2002, a província do Uíge possuía apenas seis hospitais e 10 centros médicos. Com o alcance da Paz e os programas de Investimentos Públicos e de Combate à Fome e à Pobreza, em 2014 o número de hospitais subiu para 12 e o de centros médicos para 73. Nesse perído, o número de postos de saúde passou de 49 para 238, um crescimento na ordem dos 385 por cento.
Nos últimos anos a província ganhou algumas infraestruturas sanitárias importantes, como o centro ortopédico e de reabilitação física, no município do Negage, o de tratamento da fístula obstétrica, na Damba, e o de oftalmologia, no Bungo.
Recursos humanos
Em termos de recursos humanos, de 2002 a 2014, o número de médicos passou de nove para 88, um aumento de 977,7 por cento. Do total de médicos, 78,4 por cento são expatriados.
O número de enfermeiros aumentou de 458 para 1.409 e o de técnicos de diagnóstico de 86 para 149. Em 2002, a província tinha 110 funcionários administrativos e em 2014 passou a contar com 479.
No global, em 2002 o sector da Saúde funcionava com 663 trabalhadores e hoje conta com 2.644. Os municípios de Uíge, Negage e Songo concentram a maior quantidade de recursos humanos e de unidades sanitárias.
De 2013 a 2014, as mortes por malária e outras doenças diminuíram de forma significativa fruto das medidas intensas deprevenção comunitária e de saúde pública. Neste período, a taxa de mortalidade infantil caiu 94,2 por cento e a materna 74 por cento. A taxa de morbilidade atribuída à malária desceu 51,5 por cento.
Milhares de assistidos
Este ano, o Governo Provincial do Uíge prestou assistência a 8.769 famílias carenciadas e em situação de vulnerabilidade, além das 27 famílias vítimas de sinistros e calamidades naturais.
Foi melhorada a qualidade das condições de habitação de 775 famílias e o programa de reabilitação baseada na comunidade atendeu 244 pessoas com deficiência, a quem forneceu vários inputs.
No quadro do Programa de Repatriamento Organizado e Voluntário, a província, no ano que termina, reassentou 291 famílias provenientes da República Democrática do Congo, num total de 796 pessoas.
Toda a acção governativa resulta da execução do Plano Provincial de Desenvolvimento. De acordo com o governador, esse documento estratégico funciona como “instrumento orientador de processos de gestão, promotor da optimização dos recursos públicos eda mobilização dos agentes privados, e da sociedade civil, em torno dos objectivos de desenvolvimento de médio prazo”.
Paulo Pombolo disse que o documento assenta numa visão prospectiva, que, em consonância com o todo nacional, visa tornar a província numa região em franco desenvolvimento, construindo o futuro a partir das suas especificidades e vantagens competitivas, sem deixar de ter em conta, de forma realista, os défices a serem superados.
O Plano “constitui um desafio à capacidadede concertação entre os diferentes níveis da administração, e destes com o sector privado, que em determinadas áreas de intervenção será o principal agente executor da estratégia no terreno”, concluiu.
Via JA