PGR no Uíge acusada de injustiças
Por David Filipe
A família do chefe da secretaria da administração municipal do Quimbele, Samuel Nongo, detido na Cadeia Comarca do Uíge há mais de oito meses, vai escrever ao Procurador-Geral da República (PGR) para manifestar o seu descontentamento face ao excesso de prisão preventiva.
Samuel Nongo é acusado de ter alegadamente desviado mais de 33 milhões de kwanzas de
subsídios que deveriam ser postos à disposição das autoridades tradicionais.
“Se alguém estiver preso preventivamente, o processo deve ser decidido de acordo com pra-
zos. Ou condenam ou libertam o nosso parente”, disse ao Novo Jornal, Mateus Pango um dos familiares.
A família acusa a Procuradoria-Geral da República na província do Uíge de estar alegadamen-
te a cumprir ordens superiores.
“Nós temos informações de que o administrador municipal de Quimbele, António Zambo, que mandou prender o nosso familiar, foi ouvido recentemente pela Procuradoria-Geral da República na província do Uíge e constituído arguido, mas ele continua a exercer as suas
funções normalmente. O que se passa?”, interrogou-se Mateus Pango.
A ordem de detenção de Samuel Nongo foi dada no dia 6 de Fevereiro, pela Direcção Mu-
nicipal de Investigação Criminal local, depois de uma queixa apresentada pelo administrador
António Zambo.
Segundo fontes próximas ao dossier, Samuel Nongo é um funcionário que se limita a cumprir ordens e todas as verbas, consideradas elevadas como esta, só são levantadas no banco com a assinatura do administrador municipal.
“É uma flagrante injustiça prendê-lo. Este assunto deve ser analisado minuciosamente
para se encontrar os verdadeiros culpados”, disse ao Novo Jornal uma fonte familiar.
Recentemente, o governador do Uíge exigiu, no município do Quimbele, 290 quilómetros a
nordeste da sede da província, aos administradores municipais e outros gestores, que se pau-
tassem por uma gestão transparente e coerente para que os objectivos da governação sejam
alcançados.
Pombolo falava durante a cerimónia da abertura da I sessão ordinária do Governo da Pro-
víncia que decorreu no palácio da administração municipal do Quimbele. Anunciou, a propósi-
to, que o controlo da gestão das actividades em curso para o presente ano será muito rigoroso, visto que, em algumas administrações municipais, regista-se um nível elevado de dívidas para as acções desenvolvidas e que atrapalham o pleno de desenvolvimento da região.
O governador solicitou ao departamento dos recursos humanos do Governo Provincial no sentido de acelerar a preparação da avaliação do desempenho dos dirigentes e quadros seniores do executivo-sede e das administrações municipais, porque o nível dos problemas que as comunidades enfrentam exige dos governantes uma maior aproximação junto dos cidadãos, para conhecer melhor as suas dificuldades e definir estratégias que visam encontrar as soluções adequadas.
Via N.J