Ex-combatentes da FNLA reclamam subsídios de reforma
Antigos militares do ELNA (extinto braço armado da FNLA) revelam que estão descontentes e o que lhes interessa é a solução do problema, para não morrerem na indigência. Dizem que combateram pela Pátria e merecem respeito.
Alegam que o assunto é do domínio do Chefe de Estado, que há mais de 13 anos recebeu o dossier por completo dos antigos militares, com toda a identificação possível, mas até agora nada ficou resolvido.
Denunciaram existir um número de pessoas que recebem dinheiro a título de ex-combatentes, mas a maioria está a morrer na indigência. Os postergados afirmam todos estarem a morrer, deixando para trás um rasto de miséria que irá estender-se de geração a geração, na medida em que não conseguem suportar as despesas escolares dos seus filhos e, por esta razão, grande parte deles está atirada na desgraça.
Segundo eles, após as eleições ocorridas em 2012, o actual presidente da FNLA, Lucas Ngonda, havia prometido levantar o caso e submetê-lo à discussão no Plenário da Assembleia Nacional, durante o ano legislativo aberto a 15 de Outubro.
O político afirmou, na altura, que iria 'atacar' a questão da fiscalização dos actos de governação, em contrapartida a situação dos antigos combatentes constituiu o ponto fulcral, porque, na sua opinião, é muito importanteA ideia deste líder era, segundo os aficionados, de discutir também sobre o aumento das pensões actualmente atribuídas aos ex-militares, que rondam os cerca de 17 mil Kwanzas, valor que, na sua óptica, é bastante irrisório, face ao elevado custo de vida.
"O que se pode fazer com este dinheiro? Já não tem forças para trabalhar, porque perdeu todo o tempo ao longo da guerra. Gostaríamos de que o tratamento fosse o mesmo dado em todos os países, onde ocorreram conflitos graves", expressou Lucas Ngonda.
Para os antigos militares, não importa a crise de liderança que o partido atravessa, numa altura em que aguarda por acórdão do Tribunal Constitucional em relação à liderança de Ngonda. Dizem que o que interessa é a resolução dos problemas que os afectam.
"Sabemos que o partido pode passar ou desaparecer, mas o Estado nunca passa; por isso, a nossa questão deve ser imediatamente solucionada, de modo a acudir as necessidades dos homens que deram toda a sua juventude na conquista da independência contra o sistema colonial português e que ainda estão em vida", notaram.
Dados apurados pelo Agora indicam que, em 2014, o Ministério dos Antigos Combatentes e Veteranos de Guerra atribuiu aos ex-militares da FNLA equipamentos que continham ferramentas agrícolas, com os quais os abrangidos tentaram 'virar-se'.
"Com estes instrumentos de lavoura, foram criados dois pólos agro-pecuários, distribuídos por cooperativas, sendo uma em Malange, para apoiar o Leste, e outra no Bengo, para o Norte", confidenciou um antigo militar.
LAIZ REITERA APOIO
O porta-voz da FNLA fez saber, nesta quarta-feira, na capital do País, que o seu regresso às fileiras desta histórica formação partidária e de outros dirigentes e quadros deve ser entendido como uma das vias ou mecanismo de solução política encontrada pela direcção do partido, com o objectivo de dirimir as contradições internas.
Laiz Eduardo reiterou que, durante a sua ausência da FNLA, nunca integrou outro projecto a que tivesse sido proposto a vice-presidente de uma formação partidária. O político reagia, desta forma, a notícias recentemente postas a circular, que davam conta da sua suposta dupla filiação partidária, ou seja, na FNLA e na Aliança Patriótica Nacional.
Via Agora