Escritor considera obra sobre passado histórico do povo Zombo uma relíquia cultural
Uíge - O psicólogo e escritor Dissengomoka Sebastião Alexandre, disse terça-feira, nesta cidade, que o lançamento da obra acerca das ?Origens, evolução histórico e social da população do município de Maquela do Zombo?, constitui uma das relíquias culturais, no seio do povo Bantu.
O catedrático fez estas declarações à Angop, no quadro de apresentação do trabalho investigativo, que teve a duração de um ano, e que envolveu cientistas de vários ramos do saber como psicólogos, antropólogos, historiadores, jornalistas e operadores tecnológicos, cuja investigação decorreu vários países como Angola, RDC, Portugal e outros.
O cientista afirmou que a investigação teve como objectivo principal fazer novos levantamentos, revisar, reler, buscar, analisar e constatar todos os dados que têm a ver com a essência histórica e psico-social da população do Zombo antes, durante e depois da presença colonial no seu território, com vista a reconstrução de uma verdadeira identidade.
Revelou que nenhuma história de um povo deve ser escrita por outros, sem o envolvimento intelectual dos membros deste mesmo grupo social.
Adiantou que a melhor história merece necessariamente uma presença dos próprios nativos, para que se valorize o seu verdadeiro tecido social.
O investigador admitiu que no seio do povo Kongo em geral, ainda continua a registar-se uma complexidade histórica e em particular da comunidade Zombo.
Referiu que busca real das suas origens deve respeitar o altruísmo investigativo que garante uma aproximação à uma realidade relevante, para que se abstenha de todo levantamento histórico especulativo, imposto por outros.
Esclareceu que tudo que tem a ver com a construção histórica de um povo, País, etnia, raça e outras formas civilizacionais culturalmente, a maqueta deve ser feita pelos próprios nativos, porque são eles que têm a máxima capacidade de espelhar a sua vivência, sem que haja interferência de algum indivíduo possessivo inédito.
Fez saber que não se trata apenas do passado histórico de Maquela do Zombo mas sim de bacia que sedeava a representação do antigo reino Kongo em geral, cujo centro era localizado no território do Mbata, actual República Democrática do Kongo.
O livro lançado recentemente, contou com o patrocínio de várias instituições públicas e privadas, com realce o governo da Província do Uíge, bem como das demais filhos e amigos do mesmo território, como general Garcia Fernando Miala, governador Paulo Pombolo, Universidade Kimpa Vita, com apoio moral, espiritual e material.
A obra editada pela “Mayamba”, em Luanda, com arranjos e acabamentos pela gráfica “OK do Uíge”, contém 170 páginas, e, está estruturada por cinco capítulos, como “Enquadramento geográfico da região Zombo em Angola”, “enfoque de investigação sobre a região Zombo”, “Migrações Zombo, origens, expansão, fixação e sua genealogia”.
Aborda igualmente “a ocupação militar europeia da região Zombo”, “Implicações psico-sociais sobre as populações Zombo” e outros.
A comercialização oficial vai acontecer em Novembro do ano em curso, no município de Maquela do Zombo, norte da Província, zona fronteiriça com a República Democrática do Kongo.
O escritor garantiu a criação de condições que visam o lançamento sequencial do segundo livro a partir do próximo ano.
O trabalho científico, contou ainda com a colaboração do investigador e antropólogo Manzambi Vuvu Fernando, da Universidade Agostinho Neto, em Luanda, da historiadora e professora Constança Ceita e outros personalidades.
Via Angop