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10 May

Unidades de saúde privadas sob o crivo das autoridades

Publicado por Muana Damba  - Etiquetas:  #Notícias do Uíge

Fotografia: Mavitidi Mulaza
Fotografia: Mavitidi Mulaza

Por António Capitão

As clínicas e postos médicos privados a funcionar na cidade do Uíge devem ser encerrados por estarem a funcionar à margem da lei e sem as mínimas condições técnicas e pessoal qualificado, disse ao Jornal de Angola a directora provincial da Saúde, Luísa Cambuta.

A responsável reconheceu a importância dessas unidades no reforço do sistema de saúde na província, já que muitas delas oferecem serviços com alguma qualidade, a preços acessíveis e com celeridade.


Luísa Cambuta referiu que o Ministério da Saúde tem feito apelos no sentido da melhoria dos cuidados primários de saúde e de um atendimento mais humanizado, o que tem sido seguido por várias unidades de saúde privadas.


A reportagem do Jornal de Angola constatou que várias clínicas e postos de saúde apostaram na melhoria qualidade dos seus serviços.A clínica Servimed foi a primeira unidade privada desta categoria a ser instalada na cidade do Uíge. Presta serviços de clínica-geral, ginecologia e obstetrícia, ortopedia, pediatria, neurologia e estomatologia.


O técnico de enfermagem Etelvino Alberto garantiu que o atendimento humanizado constitui a principal preocupação dos 15 médicos de diversas especialidades e 18 enfermeiros que trabalham na clínica, onde as consultas custam três mil kwanzas e o internamento 7.500 por dia.“Os quartos VIP custam 15 mil kwanzas por dia e os medicamentos são adquiridos na farmácia interna a preços módicos”, disse Etelvino Alberto. O número de médicos e enfermeiros é insuficiente para responder à procura, mas o técnico adiantou que a direcção da clínica “está apostada em ultrapassar esta dificuldade”.


Etelvino Alberto disse ser “urgente e necessária” a instalação de áreas para o atendimento de queimados, terapia intensiva, urologia, cirurgia, maternidade e um banco de sangue, devido à grande procura por estas especialidades, cujos pacientes costumam ser transferidos para o Hospital Geral do Uíge.


Os pacientes são atendidos segundo pagamento directo ou através da assinatura de um termo de responsabilidade.


Há também os detentores de seguro de saúde e funcionários de empresas com as quais a clínica detém convénios. Um exame de gota espessa custa 500 kwanzas, vidal 1.500 e de urina 900.


Funcionário de uma empresa com convénio assinado com a clínica, Jorge Castelo foi ali internado com paludismo associado às diabetes. Disse ao Jornal de Angola ter recebido um atendimento humanizado que contribuiu bastante para a sua recuperação.

Serviços de oftalmologia

A província do Uíge ganhou uma nova clínica de oftalmologia, especialidade que apenas existia no Hospital Municipal do Bungo, a 81 quilómetros da cidade do Uíge.


A abertura dessa unidade sanitária denominada “São José Operário”, veio resolver o problema de João Mateus, que assim deixa de ir ao Bungo para cuidar da visão.Com cataratas em fase inicial, fez o respectivo tratamento e foi aconselhado a usar óculos. “É uma situação com a qual vou ter que aprender a viver”, disse, resignado.A clínica, em funcionamento desde 21 de Março último, presta também atendimento em clínica geral, ginecologia e obstetrícia, pediatria, optometria, pequenas cirurgias e análises clínicas.
A directora-geral da clínica, Suzana Miranda, disse estar prevista para breve a instalação dos serviços de estomatologia, radiografia, maternidade, ortopedia, fisioterapia e um bloco operatório.


A nova unidade sanitária possui seis camas, número que vai passar para 14 nos próximos dias. O número de médicos e enfermeiros também vai aumentar para quatro especialistas e 10 técnicos. As consultas custam 2.500 kwanzas, enquanto a diária para o internamento é de cinco mil.“Já registamos grande adesão da população devido à qualidade dos serviços prestados, a dimensão das nossas infra-estruturas, a presença de uma boa equipa médica e o atendimento humanizado e célere”, destacou a directora-geral da clínica.

Contributo da Universidade

A Universidade Kimpa Vita abriu um posto de saúde que atende funcionários da instituição, estudantes, parentes de docentes e a população em geral.


Com sintomas de paludismo, Monesa Nunes recorreu ao posto de saúde da Universidade, onde confirmou a doença e foi submetida a tratamento ambulatório. “Preferi vir aqui porque o atendimento é rápido e há muita eficiência na assistência médica e medicamentosa”, disse a jovem.
O posto de saúde, que funciona desde 2012, das 7 às 18h00, presta serviços de medicina interna, pediatria, ginecologia e clínica geral. O responsável da enfermaria, Tangu Ndombaxi, disse que naquela unidade trabalham quatro médicos e igual número de enfermeiros, todos angolanos.O posto médico vai, no futuro, ser transformado numa clínica universitária para pesquisas científicas sobre as doenças da região.Estudantes e professores das unidades orgânicas da Universidade pagam apenas 500 kwanzas para as consultas médicas, os parentes 800 e a população paga 1.500.


Os preços das análises clínicas variam entre 500 e 1.300 kwanzas, enquanto o tratamento médico para cinco dias vai de 2.500 aos 3.500 kwanzas.“Os medicamentos são vendidos na farmácia interna do posto médico a preços acessíveis. Nos casos de doenças para quais não temos atendimento, os doentes são encaminhados para o Hospital Geral e os nossos médicos acompanham todo o processo de assistência médica naquela unidade”, disse.

O mais emblemático

O posto médico “Guilherme” é o mais emblemático e antigo da província. Antes do falecimento do seu proprietário, Afonso Guilherme, há dois anos, a instituição atendia mais de 40 pessoas por dia. Hoje, o posto médico, que possui 20 camas para internamento, atende em média oito doentes por jornada.


A responsável da unidade sanitária, Celina Makaya, disse que a morte do proprietário levou ao encerramento do posto médico por muito tempo. “Reabrimos as portas porque a população precisa dos nossos serviços, sobretudo os moradores dos bairros Candombe, Benvindo e Caquiuia”.
O paludismo, as doenças diarreicas agudas e a hipertensão arterial são as patologias mais diagnosticadas naquele centro.Os 10 enfermeiros que trabalham no centro garantem 24 horas por dia de assistência médica aos doentes, nas especialidades de clínica-geral, ginecologia, obstetrícia e pediatria.


As consultas custam 2.500 kwanzas e para o tratamento de doenças durante sete dias são cobrados 15 mil para adultos e 10 mil para as crianças.Com preços que variam entre os cinco e os sete mil kwanzas, a clínica “Amor de Deus”, criada há mais de oito anos, é uma das unidades sanitárias privadas mais procuradas na cidade do Uíge.


A clínica viu reduzida a capacidade de atendimento com o termo do contrato que mantinha com médicos vietnamitas, que viram as suas obrigações aumentadas no Hospital Geral do Uíge, disse o enfermeiro-chefe daquela unidade sanitária, Miguel António.“Deixamos de fazer consultas de especialidade, mas continuamos a garantir os cuidados primários de saúde, que são de extrema importância para a população”, explicou Miguel António. A clínica possui 15 camas para internamento e a assistência médica é assegurada por cinco enfermeiros.


Embora confirme que o serviço prestado por estas unidades sanitárias é reconhecido por todos, a directora provincial da Saúde realça, como condições para funcionarem, o respeito pela Lei e demais regras relativas ao sector, com destaque para as condições técnicas e higiénicas e a existência de pessoal qualificado.


Luísa Cambuta anunciou a realização, para breve, de uma “operação stop” por técnicos do Departamento de Inspecção Sanitária e outros órgãos provenientes de Luanda para avaliar as unidades.“O Ministério da Saúde esteve reunido em conselho consultivo no Cuanza Norte e foram feitas recomendações relativas ao funcionamento das unidades sanitárias privadas”, concluiu.

Via JA

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