Uíge mostra potencial a excursionistas
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Por Valter Gomes e José Bula
O potencial agrícola, turístico, mineiro e a história da Província do Uíge impressionou um grupo de excursionistas da Fundação Lwini que visitou a província, de 15 a 17 deste mês.
Durante três dias, os excursionistas deslocaram-se a três dos 16 municípios da Província do Uíge, com visitas a locais turísticos e históricos. No município do Negage, a cerca de 40 quilómetros da cidade do Uíge, os turistas visitaram a fábrica de água Cesse e a fazenda Agricultiva, um dos maiores projectos de produção agrícola da região.
Os visitantes ficaram impressionados com o grau de produtividade agrícola da fazenda. “A terra do Uíge é fértil. Aqui a produção agrícola tem um futuro promissor, bastando que o Governo e a população apostem forte na diversificação da produtividade”, disse Miss Lwini 2014, Santa Ferreira, de nacionalidade espanhola.
O verde das paisagens, a sua beleza natural e a simpatia das gentes do Uíge marcaram os excursionistas, tendo cada um levado consigo uma planta e alguns objectos culturais como recordação.
O grupo de excursionistas, coordenado pela vice-presidente da Fundação Lwini, Joana Lina, deslocou-se ao município de Ambuíla, localidade a cerca de 102 quilómetros da cidade do Uíge, onde visitou a famosa Gruta do Nzenzo, uma das sete maravilhas de Angola, bem como o memorial da Batalha de Ambuíla, ocorrida a 29 de Outubro de 1665.
Na cidade do Uíge, os excursionistas visitaram o Instituto Nacional do Café e a centralidade do Quilomosso, onde estão a ser erguidos 4.500 apartamentos, no âmbito do programa do Executivo que visa a requalificação das cidades.
Feira agropecuária
No Largo do Governo Provincial, onde decorria a Feira Agropecuária e de Artesanato, os excursionistas apreciaram magníficas peças de artesanato e de pintura, produtos agrícolas diversos, bebidas tradicionais e roupas africanas.
Na feira, os agricultores e artesãos dos municípios do Quimbele, Bungo, Sanza Pombo, Puri, Mucaba, Damba, Maquela do Zombo, Quitexe, Bembe, Milunga, Cangola e Buengas apresentaram as principais potencialidades agrícolas e culturais da província.
Havia de tudo um pouco, banana, ginguba, feijão, milho, hortícolas, mandioca, batata-doce, quadros, utensílios de artesanato e de olaria. As moringas e panelas feitas de argila, cestos e sacaias feitas de junco, entre outros objectos feitos de bordão, mereceram a atenção dos excursionistas.
“As mulheres do Uíge são muito batalhadoras, produtoras e empreendedoras. Os camponeses devem continuar com este dinamismo na produção de alimentos, visto que a agricultura constitui a base principal da sustentabilidade das famílias”, disse Rosa Rodrigues, uma das curadoras da Fundação Lwini. Para o português António Movra, de 55 anos, o café é um distintivo da província do Uíge e é lógico que deve ser levado como um símbolo ou amostra para os que ainda duvidam da qualidade desse produto cultivado na província.
O excursionista lembrou que visitou pela primeira vez o Uíge nos anos 1980, numa altura em que viajava para a Província de Malanje. “De lá para cá, a província mudou muito, social e economicamente. O Uíge actual atingiu um nível de desenvolvimento fantástico. Quem conheceu o Uíge no passado e voltar cá nos dias de hoje tem motivos para vir mais vezes”, referiu.
Na hora do balanço, a vice-presidente da Fundação Lwini disse que os objectivos preconizados pela organização foram alcançados. Joana Lina afirmou que tudo aquilo que está a ser feito no sector do café, o projecto de prospecção e exploração das minas de Mavoio e o potencial agrícola e turístico da província marcaram bastante os visitantes.
Joana Lina garantiu que novos projectos que visam a melhoria da vida das famílias carentes vão ser desenvolvidos nos próximos dias na província do Uíge.
Membros do governo, autoridades tradicionais e religiosas, juventude e outras entidades acompanharam a visita dos excursionistas e trocaram impressões sobre o bem-estar social. Na hora de despedida, na sala de embarque do Aeroporto Manuel Quarta Punza, os excursionistas cantaram, visivelmente satisfeitos pela forma calorosa como foram recebidos pelas gentes do Uíge.
Via JA