Negage tem um moderno centro ortopédico

Fotografia: Mavitidi Mulaza

Por Valter Gómes

Um centro ortopédico construído pela Fundação Lwini no município do Negage, província do Uíge, no âmbito do seu programa de solidariedade social, tem capacidade para internar mais de 70 pacientes portadores de deficiência.

A unidade sanitária, uma moderna estrutura erguida num espaço de 400 metros quadrados no bairro dos Tocoístas, vai passar a internar, tratar e reabilitar deficientes físicos das províncias do Uíge, Malanje, Cuanza Norte e Zaire.

Apetrechado com tecnologia de ponta, o centro dispõe dos serviços de fisioterapia, ortoprotesia, secção de muletas e canadianas, sala de aplicação de gesso para fracturas, salas de reabilitação física e de marcha, consultório e área técnica.

Com obras avaliadas em 105 milhões de kwanzas, o Centro Ortopédico do Negage tem também uma sala de estatística médica e recursos humanos, administração, sala de reuniões, gabinete do director, área de trabalhos médicos, sala para termos confirmados, área de rectificação, armazéns, ginásio, refeitório e balneários.

A cerimónia inaugural, antecedida de cânticos religiosos e orações, foi presidida ontem pela vice-presidente da Fundação Lwini, Joana Lina, e pelo governador provincial do Uíge, Paulo Pombolo. Joana Lina disse, na ocasião, que o principal objectivo que norteou a construção do centro é melhorar as condições de acomodação, tratamento e integração social dos deficientes físicos que procuram os serviços de ortopedia.

“Queremos também com este gesto transmitir um pouco mais de carinho, atenção e solidariedade a todos os deficientes físicos, ajudando-os na reabilitação, reconstituição familiar e dando a respectiva dignidade. Estamos orgulhosos pelo dever cumprido”, disse.

Joana Lina lembrou que a longos anos os doentes têm recebido tratamento em condições precárias, motivo pelo qual a Fundação Lwini viu-se obrigada a realizar uma gala de beneficência em 2003, na cidade do Uíge, para angariar fundos que ajudassem a construir um centro ortopédico no Negage, propósito que foi agora concretizado.

“Tivemos também apoios de pessoas de boa-fé, visto que na gala estiveram presentes várias personalidades e cada um deu o seu contributo para o êxito do projecto”, disse a responsável, prometendo que o Fundo Lwini vai continuar a realizar projectos filantrópicos para ajudar as famílias carenciadas.

Milhares de reabilitados

O director do Centro Ortopédico do Negage, Amaral Justino Domingos, lembrou que há 19 anos os doentes recebiam tratamento em contentores deixados pela organização não-governamental belga “Handicap” em 1996. Durante esse período, disse, o centro já reabilitou mais de cinco mil pessoas portadoras de deficiência de várias províncias do país. Mais de 20 pessoas estão internadas no centro.

Amaral Domingos afirmou que a unidade sanitária tem meios suficientes para produzir mais de dez próteses por dia e, numa primeira fase, vai funcionar com 26 técnicos de saúde, número ainda insuficiente para o trabalho que há para fazer.

O governador provincial do Uíge, Paulo Pombolo, recomendou aos utentes da unidade sanitária no sentido de cuidarem bem do património que a região e o município em particular acabaram de ganhar. sou. A Fundação Lwini distribuiu ontem cadeiras de rodas, muletas, canadianas, colchões, cobertores, meias ortopédicas, triciclos, kits de carpintaria, de serralharia, corte e costura, pedreira e de electricidade aos deficientes.

Via JA