A mandioca na indústria
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Por Filipe Eduardo e Alberto Domingos
A província de Malanje tem uma nova unidade fabril, inserida no Pólo Agro Industrial de Capanda. A Companhia de Alimentos de Malanje vai produzir farinha torrada, fuba de bombô e outros derivados da mandioca.
Inaugurada pelo ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Afonso Pedro Canga, a fábrica significa um investimento de 11 milhões de dólares.De iniciativa privada, o projecto foi financiado pelo Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA) e ocupa uma área de mais de dois mil hectares.
Nesta primeira fase, a fábrica deu emprego a 160 jovens da região, que foram formados em técnicas de processamento da mandioca e produção de fuba.
A Companhia de Alimentos de Malanje é constituída por uma área fabril, uma agrícola e outra de suporte, com residências para os técnicos, refeitório e outras áreas de apoio.
O projecto prevê cultivar uma área de 1.500 hectares de mandioca até 2017. No acto da inauguração, Afonso Pedro Canga felicitou a iniciativa, pelos benefícios que traz para a auto-suficiência alimentar e a oferta de emprego.
Diversificação económica
O ministro considerou o projecto um instrumento acelerador do processo de diversificação da economia nacional e redução das importações. Afonso Pedro Canga disse que a fábrica, localizada no Pólo Agro Industrial de Capanda, uma iniciativa Presidencial, vai produzir em grande escala bens alimentares para o mercado nacional.
“O Pólo está voltado para o aproveitamento das potencialidades da região de Capanda, com vista à instalação de grandes infra-estruturas agro-industriais” disse o ministro.
Afonso Pedro Canga realçou que, à semelhança de outras províncias, Malanje regista uma forte aposta no sector agrícola, daí que os programas de apoio à agricultura familiar e à indústria vão merecer a atenção do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural.As famílias angolanas, acrescentou, começam a ganhar, pois as unidades a serem instaladas vão absorver a produção camponesa, na qual são introduzidos novos métodos que permitem aumentar as áreas cultivadas e os rendimentos obtidos.
Afonso Pedro Canga apelou às diferentes comunidades para apostarem mais na agricultura, como forma de trabalharem com o Executivo na diversificação da economia.
Projecto sustentado
O responsável da Companhia de Alimentos de Malanje, Fernando Correia, realçou o apoio do Governo Provincial de Malanje, desde o momento que o espaço foi desbravado à inauguração da infra-estrutura.
Fernando Correia disse que a companhia tem apenas um trabalhador expatriado. A coordenação do projecto realiza contactos para a criação de uma escola destinada aos funcionários. A Companhia de Alimentos de Malanje desenvolve várias acções para dar auto-sustentação ao projecto até 2015.
Para o efeito, foram desbravados 500 hectares destinados ao cultivo da mandioca, que se vão juntar aos 450 já plantados. De acordo com o planificado, dentro de dois anos, a área cultivada vai ser de 1500 hectares.
Para o responsável, a entidade gestora do espaço onde está construída a unidade fabril, tem sido um dos grandes parceiros sociais da companhia e autorizou a concessão de uma nova área de três mil hectares.
Fernando Correia referiu que a falta de electricidade é a grande dificuldade da exploração agro-industrial e pediu às autoridades para resolverem este problema com brevidade.
Fernando Correia agradeceu ao Ministério da Agricultura os esforços que tem empreendido em relação aos programas dirigidos à diversificação da economia nacional.
Governo Provincial
O governador provincial de Malanje, Norberto dos Santos, que acompanhou a inauguração, afirmou que a unidade fabril de processamento de mandioca vai ajudar nas acções de combate à pobreza.
Norberto dos Santos felicitou a iniciativa, que está a produzir é a alimentação básica das famílias angolanas. Eencorajou os demais empreendedores a apostarem na agricultura.
Norberto dos Santos disse que, com o apoio do Governo Provincial de Malanje, a unidade fabril conseguiu conquistar o seu espaço e instalar-se.
“Acompanhei os trabalhos, ajudei a resolver alguns problemas com autoridades tradicionais e hoje assistimos à edificação deste projecto”, disse.
À semelhança desta unidade, prosseguiu Norberto dos Santos, “pretendemos que mais empresários invistam em Malanje, pois tudo o que aqui está a ser feito conta com um grande apoio dos técnicos angolanos”.
Outro aspecto realçado pelo governador de Malanje Norberto dos Santos, foi o facto dos estudantes do Instituto Médio Agrário recorrerem àquela unidade para aulas práticas.
Com apenas 19 anos, João Xavier Canga, a viver com a mãe, encontrou o primeiro emprego na fábrica.
Coordena uma equipa de 12 jovens, responsável pelo descasque, lavagem e ensacamento da mandioca.João Canga está satisfeito por estar a contribuir para o desenvolvimento do país e o sustento da família. “Passo o dia todo a trabalhar e no fim do mês consigo qualquer coisa para sustentar os estudos e a família, facto que me deixa feliz”, afirmou
Via J.A