Administrador de Quimbele constituído arguido
O administrador municipal de Quimbele, António Zambo, foi ouvido recentemente pela Procuradoria-Geral da República na província do Uíge e constituído arguido, na sequência de um alegado desvio de mais 33 milhões de kwanzas de subsídios para as autoridades tradicionais.
"Na qualidade de gestor principal, António Zambo foi constituído arguido e o processo decorre os seus trâmites legais", disse ao Novo Jornal uma fonte do governo provincial. Informações não oficiais dão conta que o chefe da secretaria da administração municipal do Quimbele, Samuel Nongo foi exonerado das suas funções e mantém-se detido, em regime de prisão preventiva na Comarca do Uíge.
O NJ apurou ainda que o nepotismo faz morada na administração municipal de Quimbele, onde algumas pessoas ligadas aos administradores são demasiado bem pagas e "fazem e desfazem e ninguém lhes toca".
"A prática do nepotismo viola o princípio de impessoalidade administrativa na medida em que compõe privilégios em função de relações de parentesco e desrespeita a capacidade técnica para o exercício de cargos públicos", alertou o economista Samuel Tami.
Segundo o mesmo economista, "O nepotismo pode ser entendido como favorecimento de parentes de servidores públicos, sem concurso público, ou seja, o acesso a empregos no serviço públicos com benefícios, nomeadamente por intermédio de familiares com funções nos serviços públicos".
"O nepotismo é utilizado em função dos vínculos de parentesco nas relações de trabalho ou na garantia de acesso a um emprego. A moralidade administrativa contrasta com o nepotismo na medida em que busca a obtenção de garantias de probidade na Administração Publica", concluiu.
Recorda-se que o chefe da secretaria da administração municipal do Quimbele, Samuel Nongo, está detido na Cadeia Comarca do Uige, acusado de ter alegadamente desviado mais 33 milhões de kwanzas de subsídios que deveriam ser postos à disposição das autoridades tradicionais.
A ordem de detenção foi dada no dia seis de Fevereiro, pela Direcção Municipal de Investigação Criminal local, depois de uma queixa apresentada pelo administrador António Zambo.
Segundo fontes próximas ao dossier, Samuel Nongo é um funcionário que cumpre as ordens e todas as verbas, consideradas elevadas como esta, só são levantadas no banco com a assinatura do administrador municipal.
"É uma flagrante injustiça prender o nosso parente. Este assunto deve ser analisado minuciosamente para se encontrar os verdadeiros culpados", disse ao Novo Jornal uma fonte familiar. Recentemente, o governador provincial do Uíge, exigiu, no município do Quimbele, 290 quilómetros a nordeste da sede da província do Uíge, aos administradores municipais e outros gestores, que se pautassem por uma gestão transparente e coerente para que os objectivos da governação sejam alcançados.
Pombolo falava durante a cerimónia da abertura da I sessão ordinária do governo da província que decorreu no palácio da administração municipal do Quimbele. Anunciou a propósito que a gestão das actividades em curso para o presente ano será muito rigorosa, visto que em algumas administrações municipais se regista um nível elevado de dívidas para as acções desenvolvidas e que atrapalham o pleno desenvolvimento da região.
O governador solicitou ao Departamento dos Recursos Humanos do Governo Provincial no sentido de acelerar a preparação da avaliação do desempenho dos dirigentes e quadros seniores do executivo-sede e das administrações municipais, porque o nível dos problemas que as comunidades enfrentam exige dos governantes uma maior aproximação junto dos cidadãos, para conhecer melhor as suas dificuldades e definir estratégias que visam encontrar as soluções adequadas.
Via NJ