FNLA apresenta queixa

Por Bernadinho Manje

A direcção da FNLA accionou uma queixa-crime contra os mandantes dos supostos militantes que, sexta-feira, protagonizaram actos de desacato na sede do partido liderado por Lucas Ngonda.

Laíz Eduardo, porta-voz do partido, denunciou ontem, em conferência de imprensa em Luanda, que na sexta-feira quatro dezenas de militantes vandalizaram as instalações, rasgaram a bandeira do partido e atentaram contra a integridade física dos dirigentes que se encontravam na sede.
Segundo apurou o Jornal de Angola, para sair da sede do partido, o presidente do partido, Lucas Ngonda, teve de ser escoltado por efectivo da Polícia, perante a fúria dos supostos militantes, que pretendem, alegadamente, inviabilizar a realização do IV Congresso Ordinário do partido, que arranca amanhã.

Na conferência de imprensa, que serviu para apresentar os últimos desenvolvimentos em torno da preparação do conclave, Laíz Eduardo acusou Ngola Kabangu de ser o principal mandante da vandalização. Questionado por este jornal se o antigo deputado está entre as pessoas a quem foi intentada a acção criminal, o porta-voz da FNLA negou-se a adiantar mais pormenores. Laíz Eduardo acusou, no entanto, o antigo deputado de ser o único empecilho para a completa reunificação da FNLA. “Ele quer ser, a todo o custo, o presidente do partido, embora esteja comprovado que não tem um projecto viável para o engrandecimento do partido”, acusou Eduardo, que acrescentou: “ele sofre de complexo, pois considera que, por ser um dos militantes mais antigo, não pode concorrer com um militante mais novo”. Laíz Eduardo acusou ainda Kabangu de se ter recusado a participar em todos os encontros convocados com vista à reaproximação das partes.

Numa outra conferência de imprensa realizada igualmente ontem, Ngola Kabangu afirmou que os seus militantes não vão participar no congresso convocado pela direcção de Lucas Ngonda. Ngola Kabangu alega que a outra parte se recusa ao diálogo para pôr fim às divergências ainda existentes.

Laíz Eduardo negou que a não participação de Ngola Kabangu no congresso traga mais problemas ao partido. Aliás, afirmou, mudanças significativas, para melhor, vão ser sentidas depois da realização do conclave.

“À medida que o tempo vai passando, os militantes da FNLA vão compreendendo que, afinal, não há problema grave no partido, mas uma única pessoa cheia de complexos e que pretende ser presidente a todo o custo”, disse.

Via JA

Ngola Kabangu e Lucas Ngonda, líderes de alas em conflito da FNLA