Escolas sem condições causam ensino deficiente
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Por António Capitão
Muitas escolas construídas na província do Uíge sem o mínimo de condições exigidas contribuem para a má prestação do processo de ensino e aprendizagem, afirmou o secretário provincial do Sindicato de Professores (SINPROF).
Amândio Vieira disse que na província há escolas que foram construídas sem gabinetes administrativos e outros serviços, o que as tornam disfuncionais.
O sindicalista mencionou também “aspectos deficientes de arquitectura e engenharia” e “ uso de materiais frágeis de construção” como “factores da degradação prematura das infra-estruturas”. “Muitas destas escolas em menos de um ano depois das suas inaugurações apresentam fissuras que ameaçam a integridade física dos alunos e professores”, lamentou.
Amândio Viera também referiu a existência de escolas com salas muito pequenas, não climatizadas, cujo aquecimento não permitem que professores e alunos permaneçam muito tempo no seu interior. O secretário provincial do SINPROF lamentou igualmente atitudes menos correctas registadas nas instituições e acusou alguns gestores escolares de atitudes incompreensíveis, como a de enviarem “30 faltas para os mapas de efectividade dos professores, quando o período laboral mensal compreende 22 dias úteis”.
Com esse tipo de erros na gestão de recursos humanos, disse, os professores perdem rendimentos mensais e sentem-se desmotivados para exercerem as funções com dedicação e profissionalismo, o que prejudica o processo de ensino e aprendizagem. O director Provincial da Educação no Uíge, Manuel Zangala, reconheceu que o sector enfrenta ainda várias dificuldades relacionadas com a actualização das categorias e número reduzido de professores sobretudo nas localidades de difícil acesso, bem como a falta de salas de salas, o contribui para continuar a haver crianças fora do sistema normal do ensino. No âmbito do Programa de Investimentos Públicos (PIP) para a província do Uíge, está previsto construir no próximo ano escolas de 24 salas em várias sedes municipais e comunais, o que vai permitir o ingresso de milhares de alunos do II clico do ensino secundário.
Escolas com seis salas estão a ser construídas em várias localidades da província , no âmbito dos Programas Municipais de Combate à Pobreza. Muito recentemente realizou-se um concurso público para a admissão de mais 480 professores, que vão preencher algumas vagas existentes, sobretudo nas zonas mais longínquas da província.
O director Provincial da Educação lamentou o número insuficiente de vagas disponibilizadas para o sector, pois apenas permitem preencher os lugares deixados pelos professores falecidos, aposentados e pelos que abandonaram o sector.
Boa parte dos professores admitidos por concurso público para ocuparem as vagas em vários nos municípios, comunas e aldeias que não compareciam nos locais de trabalho, começarem a ser expulsos do sector.
Manuel Zangala disse que “há muitos jovens à procura de emprego e com disponibilidade para exercerem com dedicação, responsabilidade, zelo e amor à profissão” e que por isso os que se mostram indisponíveis estão a ser substituídos.
Via JA