Damba em reconstrução
Como é considerada várias vezes, Damba é um município que está conhecer uma despovoação considerável. O desaparecimento de várias aldeias, a fraca povoação e a ausência da vontade dos naturais em repovoar as mesmas, tem sidos principais argumentos que justifica esta reflexão pessimista. Se as terras do Soba Nakunzi vivem este estado, quanto ao êxodo da sua população fora do seu habitat natural, a guerra civil que Angola conheceu, é apontada como a principal causa desta lamentável situação. O longo tempo que guerra durou, obrigou os mindambas a inserir-se socialmente em outras localidades de acolhimento, onde havia paz, ali rencontruiram as suas vidas, o que torna difícil o regresso às suas aldeias de origem.
Esta situação não é recente, antes Damba viveu a mesma situação, com a guerra contra o colonialismo lusitano, que iniciou em 1961, com a fuga das populações locais para o ex-Congo-Belga. Como afirmam muitos autores históricos da região, 70% de mindambas encontraram o refúgio na actual RD do Congo, fugindo a repressão do regime salazar. Basta considerar, a título de exempro, que o Bairro Kinkosi havia, em 1968, só 168 habitantes, Zongo-Kimata 62 habitantes, Sala Mbongi 133, Mbanza Mabubu, nem existia (ver a ligação no fim do artigo).
Mas depois do 25 de Abril de 1974, com a perspectiva para independência que se desenhava no futuro, obtida em 11 de Novembro de 1975, a maioria das populações regressaram, às suas aldeias de origem, assistiu-se o renascimento de muitas aldeias. Em 1980, a sede do município contou com quase 100 mil habitantes, de Kisoba Nanga até Missão Ndemba, de Nzunga até Kimpemba, os habitantes reocuparam as suas aldeias e desenvolveram as mesmas, graças ao amor da região que muitos comerciantes mostraram ao construirem residências que provocavam admiração aos visitantes de outras localidades. Em 1978, o Jornal de Angola, teria eleito a sede do município da Damba como localidade que evolui muito em termo de reconcostrução, isto é a nível nacional.
Apesar do regime da primeira República que limitava a propriedade privada, mindambas animados pelo o amor à sua terra, reconstruíam Damba, sem o auxílio do governo. Quem visitar Damba hoje, vai encontrar os vestígios deste esforço, que está se renovando actualmente, embora tìmidamente. Naquela época de reconstrução, com escassez de meios, muitos mindambas brilharam pela genialdade, citamos alguns deles: Sebastião Mbengi no Kazumbi; Mpanzu-Mpanzu no Kimazebo; Domingos Mavunino no Wembo, Wallace no Kombo, Afonso Dyalamikwa no Kinsakala, Mbunga Mbunga no Zongo, João Miguel Nzengele no Manga, Miguel Nkila em Mbanza Mabubu, Mpiokoso e Moniz Mbunga no Kinkosi, Daniel Malungu, João Sila, Lucau no bairro da Missão Catôlica, Fábio ( Herbert e pai), Kufuku na Vila, Afonso Toko, César no B. Sanzala Artista, João Kyala, Kyameso da Silva no B.16, Lukau no Sala Mbongi, Moniz Nkandu no Kinsamba, Sebastião Ndinga no Kinkambani, Porthos no Kasitu, Kissinger no Mbanza Kinzawu, etc.
Hoje nota-se também a reconstrução da Damba, apesar de haver hesitaçôes em muitos mindambas, que não querem seguir o exempro de valorosos mindambas já citados, por razões que escapa à nossa compreensão. Alguns filhos estão realizar obras que merecem ser louvadas, as residências dos mindambas ilustres como Domingos Paulo no Kinsakala, Makunza Tungu, Miguel Kiame, Santos e Dr Paolo no Kinzenze. A equipa do Portal do Uíge e da Cultura Kongo, percorreu muitas localidades da Damba para comprovar este renascimento tímido da Damba.
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Lista dos regedores da Damba em 1968. Posto da Sede. - Portal do Uíge e da Cultura Kongo
Por Dr José Carlos de Oliveira. Administração da Damba 1968. Posto Regedoria Habitantes Regedores Dist.à Sede em km SEDE Regª. Mabide 512 Regedor David Mavinga 14 SEDE Pov. Quipemba 140 Chef. ...
http://www.muanadamba.net/article-lista-dos-regedores-da-damba-em-1968-1-86005027.html
Algumas realizações na Vila da Damba
Aos poucos, Damba vai desenvolvendo com os investimentos dos seus filhos
No Kinzenze, as residências do Dr. Paolo, Santos, Prof. Miguel Kyame e Makunza Tungu, tive impressâo de estar no sul da Itália.
Outras residências em construção.