Escolas de condução transmitem valores morais
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Por Antonio Capitao
Preocupados com os índices de sinistralidade rodoviária no país e na província do Uíge em particular, as direcções das escolas de condução adoptaram métodos de ensino baseados em aulas de moral e cívica, para elevar os níveis de responsabilidade dos futuros motoristas. O objectivo é reduzir a sinistralidade rodoviária na região.
O proprietário e instrutor da escola Auto Nito, Alexandre Nito, referiu que este método vai dotar os futuros condutores de responsabilidades em termos de valores éticos e morais, que bem aplicados vão contribuir significativamente na redução da sinistralidade rodoviária no país.
Para o instrutor, o conhecimento profundo do Código de Estrada é fundamental para um automobilista que prima por uma condução responsável, “uma vez que cerca de 60 por cento dos condutores envolvidos em acidentes são pessoas que não passaram por uma escola de condução e não têm conhecimentos sólidos do Código de Estrada”, sublinhou.
A escola Auto Nito existe há cerca de cinco anos, desde a sua criação, no município de Sanza Pombo. A instituição, que funciona agora na rua do Comércio, na cidade do Uíge, já formou mais de 40 motoristas, na categoria de ligeiro-profissional. Actualmente, estão inscritos 48 alunos. A escola não possui veículos pesados, por isso não forma motoristas para esta categoria.
Alexandre Nito sublinhou que a maioria dos alunos matriculados solicita a carta de condução para a categoria de ligeiro-profissional, sobretudo os jovens funcionários públicos e aqueles que pretendem ter nesta profissão a sua fonte de rendimentos.
Os alunos da escola de condução Auto Nito começam a familiarizar-se com o veículo e com a estrada logo que iniciam o processo formativo. Todos os dias recebem treinamento prático de condução, além de matérias relacionadas com a sinalização, mecânica e Código de Estrada.
Instrução de qualidade
Na escola de condução Multimédia, localizada na rua do Ultramar, o ensino de qualidade é a principal aposta da sua direcção. A escola funciona desde 2005 e já formou mais de duas centenas de motoristas.
O director da escola, João Félix, explicou que além da parte relacionada com a condução, os instrutores transmitem conteúdos que vão ajudar os futuros motoristas a manifestarem comportamentos exemplares no final da formação, respeitando o Código de Estrada e observando rigorosamente os princípios éticos e morais depois da obtenção da carta de condução.
João Félix apontou o uso excessivo de álcool e drogas, o desrespeito pelo Código de Estrada e as emoções desmedidas de muitos automobilistas, sobretudo jovens, como as principais causas da sinistralidade rodoviária na província, fenómeno que é hoje considerado a segunda maior causa da mortalidade no país depois da malária.
Na escola Multimédia as aulas são ministradas em dois moldes: um curso intensivo com duração de 90 dias e um outro mais aprofundado que tem a duração de 180 dias. Os alunos pagam 45 mil kwanzas para o curso intensivo e 64.800 kwanzas para a formação aprofundada de seis meses. João Félix disse que a primeira modalidade é a mais concorrida por se tratar de uma promoção em que os alunos ficam menos tempo e pagam valores mais baixos, acrescentando que, nos primeiros meses de formação, os instruendos assistem apenas aulas teóricas sobre o Código de Estada, sinalização, mecânica e condução.
“Quando demonstrarem que já dominam os aspectos teóricos passam a ter aulas práticas. No final, os instruendos são submetidos a avaliações escritas de conhecimento e a exame prático, supervisionados por especialistas da Direcção Provincial de Viação e Trânsito (DPVT), antes de lhes serem atribuídas as respectivas cartas de condução”, disse.
Formação sustentável
O chefe de secção de habilitação de condutores da Direcção Provincial de Viação e Trânsito assegurou que as escolas de condução da província do Uíge formam motoristas com um elevado nível de qualidade, tendo em conta o número de aprovações verificadas nos exames finais, orientados pelos especialistas da DPVT.
O subinspector Salomão Ugito Bambi referiu que dos 631 pedidos de exames solicitados pelas 20 escolas de condução existentes na província cerca de 70 por cento dos candidatos tiveram avaliação positiva e já receberam as respectivas cartas de condução.
Explicou que muitos deles já trabalham como motoristas em empresas públicas e privadas ou se dedicam à actividade de táxi.
O responsável lamentou o facto de muitos condutores não observarem os princípios que aprenderam, tendo referido que a má condução que se verifica nas estradas é resultado da ignorância dos mesmos.
Via JA