Historiador apresenta livro no Uíge
/image%2F0932300%2F20140804%2Fob_38540e_batsikama-jpgn.jpg)
O historiador Patrício Batsikama lança hoje, em Maquela do Zombo, província do Uíge, o seu mais recente livro intitulado “Maquela ma Zômbo”, palavra em língua nacional quicongo significa “artilharia do zombo”.
Em declarações à Angop, o autor explicou que o livro, de 180 páginas e editado pela Média Press, foi escrito com base em comparações de diversas fontes orais, arquivos e livros existentes em diversos países, como Portugal, Bélgica e Inglaterra, sobre as origens e circunscrição de Maquela do Zombo até 1911.
A obra comporta quatro capítulos ao longo dos quais são descritos o significado da palavra Maquela ma zombo, as origens do povo através da linguística e da tradição oral existente na Bélgica e Suécia de 1900 a 1920, a batalha de Ambuíla e a ligação existente com a actual Bazombo. É ainda abordada a vida dos bazombos, que foram levados para o Brasil, e as derrota dos holandeses ocorrida em 1666.
O historiador considera que a obra vai servir para dotar os maquelences e a sociedade em geral de conhecimentos sobre as origens, trajectória e preservação da cidade como Património da Humanidade.
Natural do Uíge, Patrício Batsikama, além de historiador é docente universitário, crítico de arte e antropólogo, com textos publicados em vários jornais nacionais e sites internacionais dedicados às artes plásticas.
Tem publicados os livros “Etonismo, uma filosofia sobre a razão tolerante” (2009), “As origens do Reino do Kongo” (2010), “O Reino do Kongo e a sua origem meridional” (2011) e “Reino do Kongo consoante a bibliografia e a tradição oral” (2012), “Introdução à historia das artes” (2014), e “Lûmbo democracia do antigo Congo” (2014).
Colóquio nacional
Diversas personalidades da área da Antropologia, Psicologia e História vão debater a partir de amanhã aspectos relacionados com a data oficial de ascensão da vila de Maquela do Zombo, num colóquio a ser organizado pela Administração Municipal.
O debate conta com a participação do antropólogo Manzambi Vuvu Fernando, da psicóloga Dissengomoka Alexandre e da historiadora Constança Rosa Ferreira de Feita, assim como professores do Instituto Superior de Ciências de Educação do Uíge e da Universidade Agostinho Neto.
O coordenador da iniciativa, Manzambi Vuvu Fernando, disse à Angop que este colóquio surge no seguimento das conclusões saídas do primeiro colóquio, realizado em 2013, e que levou os investigadores a realizarem pesquisas em vários países para descobrir a verdadeira data em que Maquela do Zombo ascendeu à categoria de vila. “Conhecer mais sobre a origem dos zombos é estarmos no espaço onde ocorreram os processos da sua dinâmica histórica sociocultural”, frisou.
Um dos desafios do encontro é fazer uma análise sobre a concepção histórica da cidade, focada no estudo da origem dos zombos. Os estudos feitos até ao momento incidiram particularmente numa análise da memória oral e da informação dos arquivos sobre as origens e evolução organizacional da cidade, dos anos 20 ao Século XX.
Durante três dias, vão ser debatidos temas como “A exploração arqueológica na antiga província de Mbata, uma via para explicitação das origens dos zombos a partir da Bacia hidrográfica do rio Nzadi Nkisi”, “Apresentação da pesquisa documental sobre a história evolutiva de Maquela do Zombo” e “As origens Zombo, segundo as fontes da tradição oral, migração, expansão e fixação das populações na actual área de Zombo”.
A agenda do encontro inclui ainda a deposição de uma coroa de flores no túmulo do soldado desconhecido, um culto de acção de graça e visitas guiadas a alguns locais históricos da localidade.
Via J.A