Overblog
Edit post Seguir este blog Administration + Create my blog

Portal da Damba e da História do Kongo

Portal da Damba e da História do Kongo

Página de informação geral do Município da Damba e da história do Kongo


Estrada de Sanza Pombo ameaçada por ravinas

Publicado por Muana Damba activado 19 Abril 2014, 01:43am

Etiquetas: #Notícias do Uíge

Por José Bule e Joaquim Júnior

As ravinas ao longo da estrada de cerca de 97 quilómetros que liga Sanza Pombo aos Buengas, Uíge, constituem perigo constante para os automobilistas e tornam cada vez mais difícil o acesso à vila da Nova Esperança.

Os automobilistas mais ousados, que percorrem a distância em mais de cinco horas devido aos enormes buracos na via, lutam com as viaturas 4X4 em terrenos arenosos ou em charcos das curvas e contracurvas e descidas perigosíssimas.


Da cidade do Uíge a Sanza Pombo, numa distância de cerca de 150 quilómetros, a viagem é feita em menos de duas horas em estrada asfaltada. Buengas é rico em agricultura, mas a circulação de pessoas e bens para a localidade é condicionada pelo estado da estrada.


“Há duas grandes ravinas que se estão a propagar ao longo do troço que se as chuvas se intensificarem este mês podem cortar a estrada a meio”, afirmou o administrador municipal José Bunga Alberto.


As péssimas condições em que se apresentam as vias de acesso também agravam o preço das viagens de quem não tem carro. São-lhes cobrados entre seis a sete mil kwanzas pelo percurso entre sede municipal dos Buengas e a capital da província.
A viagem da cidade do Uíge até a vila do Pombo custa apenas 500 kwanzas, 10 por cento do valor cobrado aos passageiros que têm de ir aos Buengas.


O administrador municipal lembrou que “a estrada constitui o ponto de partida de tudo por não se poder falar do desenvolvimento de uma determinada região sem pensar na melhoria das vias de comunicação”.


José Bunga Alberto afirmou que a estrada para os Buengas não oferece condições de segurança, o que influencia o desenvolvimento da localidade.


“Há um dado importante a reter, não podemos considerar os 97 quilómetros da estrada como pertencentes apenas ao território dos Buengas, pois quando foi reabilitada servia também os habitantes de Sanza Pombo, que tem muitos bairros ao longo da via.
Metade do troço mais crítico e de difícil circulação cerca de 40 quilómetros e está em Sanza Pombo.


José Bunga Alberto lamentou que por causa do estado da estrada muitos quadros técnicos e especialistas se recusem a trabalhar no município.


Muitos projectos previstos e em desenvolvimento no município, insistiu, não avançam porque a maioria dos empreiteiros da região ou se recusam a assumir a construção de infra-estruturas sociais e económicas ou exigem quantias exorbitantes.


“Os empreiteiros têm de fazer grandes sacrifícios para instalarem equipamentos e materiais de construção nos Buengas, o que agrava os custos das obras”, declarou.
Neste momento, referiu, há muitas obras paralisadas por incumprimento das empresas contratadas”, afirmou.

Tarifa dos táxis

Sebastião Mujingui, que faz transporte de passageiros, disse que “apesar de a viagem ser muito cansativa e de ter de lavar constantemente a viatura ao mecânico”, o preço que leva pela corrida o encoraja para continuar a circular pela via.


“Levo sete mil kwanzas por pessoa a pensar nos gastos que tenho depois com as reparações e manutenção e reparação da viatura”, salientou. Pedro Sebastião, que também faz serviço de táxi, referiu que ser “preciso muita técnica e sobretudo experiência de condução em picadas para fazer face aos obstáculos”.


Avó Longo leva todas as semanas alguns produtos agrícolas para venda na cidade do Uíge, onde também adquire produtos industriais que são vendidos no mercado da Nova Esperança, nos Buengas.


A comerciante, apertada entre os muitos passageiros que viajam na carroçaria da viatura, lamentou o que tem de passar na estrada para ganhar a vida, pois além dos sete mil kwanzas, tem de pagar pela bagagem.


Mas os motoristas, disse, são inocentes, o Governo Provincial é que tem de melhorar as vias de a­cesso se os quiserem obrigar a baixar os preços.

Dificuldades no escoamento

A equipa de reportagem do Jornal de Angola quando viajava para a comuna do Cuilo Cambozo, a cerca de 58 quilómetros da sede municipal dos Buengas, viu ­Domingas Manuel, 48 anos, mãe de seis filhos, atravessar a estrada. Calçava botas de borracha.
Numa das mãos levava uma catana afiadíssima, na outra, sementes de mandioqueira e às costas, o muyendo, que é um cesto feito de junco.


A guerra fê-la ir para Luanda, mas mal a paz foi conquistada regressou ao quinhão natal para voltar a sentir o cheiro da terra onde planta a jinguba, mandioca, abóbora, banana para o sustento da família, mas também para vender quando alguma viatura se aventura a ir à comuna pelas estradas esburacadas.

Explosão escolar

O município, a exemplo do que sucede por todo país, regista nos últimos anos uma explosão escolar provocada pela da paz que permite construir estabelecimentos de ensino, distribuir merenda escolar e às crianças sonhar com um mundo melhor feito de caminhos feitos de conhecimentos que a guerra não deixa ter.


O chefe da Repartição da Educação traz os números na cabeça. O município tem 17.393 alunos, dos quais 12.505 no ensino primário, 3.177 no I ciclo e 1.711 no II ciclo do ensino secundário, ligeiramente mais do que os 16.011 matriculados no ano passado.


António Distinto, apesar disto, não está satisfeito, quer mais: são precisos mais 395 professores, 180 para ensino primário, 125 para o I ciclo e 90 professores para o II ciclo do ensino secundário e 350 salas para responder às exigências dos alunos matriculados, acolher as 1.700 crianças que ainda estão fora do sistema normal de ensino e cumprir o estabelecido pela Reforma Educativa.


Município dos Buengas tem 26 escolas de construção definitiva e 56 provisórias.
Este ano no Programa de Alfabetização e Aceleração Escolar matricularam-se 962 alunos e há 26 alfabetizadores contratados para assegurarem as aulas deste subsistema do ensino.

Saúde com dias melhores

O município dos Buengas dispõe, entre outros, de um hospital municipal com três blocos e 70 camas, área administrativa, enfermaria, laboratório de análises clínicas, banco de urgência, pediatria, maternidade, bloco operatório e consultas pré-natais.


Neste momento decorrem obras de construção de uma lavandaria que vai ter equipamentos modernos de lavagem e secagem, com capacidade para mais de seis toneladas de roupa por hora.

Via J.A

Imagem de Mavitidi Mulaza (J.A)

Imagem de Mavitidi Mulaza (J.A)

Archivos

Ultimos Posts