Um Mundo sem Natal

 

Editorial - O “Canhangulo”

O menino não tinha árvore de Natal! O que seria uma árvore de Natal? O país era diferente.

O pião e o biles chamava-se batuque e a caça e o universo sem carros era simples nas trovoadas do lado de lá da casa. Nem a simetria da lavra lhe limitava os sonhos.

O menino nunca sonhara ser marinheiro, mas sempre perguntara onde o rio ir dar… Mas viajava!

Viajava em passadas de milagre por cada soco que percutia no batuque. Fizera um carro. Um carro? Sim, um carro! Ele sabia o carro. Encontrara-lhe as rodas na invenção do dia. Por isso o carro tinha quatro sóis a conduzi-lo, por isso havia cinco sóis no universo do menino!

Um mundo sem Natal!

Sem árvore!

Um mundo de mil natais em cada mata! Teria achado graça, se a soubesse, à história do sapato. Mas para quê sapato? Ele sabia histórias mais belas.

E luzes. Das fogueiras. Nos rostos, nos ventres, nos seios. Luzes!

O único deslumbramento que ele aceitaria se soubesse a árvore de Natal!

                                                                                                     Nobrega

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Os nossos agrdeicimentos ao "soba da Damba" , Artur Mendes, pela sua colaboração e sobretudo de seu amor à nossa Ndamba. Como o espírito do natal acaba pràticamente no fim do ano, preferimos editar este artigo  a presente data, para honrar toda a aquipa dos antigos membros do Bat. de caçadores que participaram na pacificação da Damba entre 1961 e 1963, não esquecendo o Zé Rodrigo, o artista que desenhou o brazão da Damba. À todos, desejo um feliz ANO NOVO.

                                                                                                                 Muana Damba