A SOLUÇÃO: (ver capitulo 16)
…” Concentrar 100 homens em S. António para com eles marchar em socorro ao BEMBE, que marcharia por QUIFUMO-QUELLE e MOCULA, batendo, na sua passagem, sem que se detivessem mais do que o indispensável, estas regiões, força que seria reabastecida pelo porto de Mocula; empregar os restantes 100 homens em operações activas em S. António. A força com que marcharia para S. Salvador, uma vez ali chegada, reunir-se-ia a todas aquelas que se pudessem concentrar sem prejuízo da defesa de S. Salvador, marcharia para o Bembe, onde se reuniria com a força ida de S. António, e bateria os povos da Quivuenga, do sul para o norte, afim de evitar que se refugiassem na região dos Dembos e ali levassem a revolta. A marcha para o Bembe implicava o prévio ataque da região de Quimbubuge. Batida a Quivuenga, as forças idas de S. António regressariam ao litoral por Bessa Monteiro e Ambrizete, ondeaguardariam instruções; as de S. Salvador, depois de reforçados os postos do Bembe e da Quivuenga, bateriam a região até à Damba, que seria reabastecida por via Tumba-Maquela- Quibócolo, serviço este que ficaria a cargo da companhia aquartelada em Maquela (1).
A verdade, porém, é que em S. António nada existia que se parecesse com 300 homens, pois que a 18ª contava 180 soldados, a 19ª, em compensação, era uma companhia quase virtual; mas; ao chegar a S. António, nem a 18ª ali se encontrava porque embarcara no cutter em que o Exº Governador (…?) no dia 23 de abril e, segundo o emprego que lhe destinara o capitão-mor, seria dispersa na guarnição de um posto no Sumba, que ali era, de momento, inútil pois que a povoação já fora destruída, outro na Pedra do Feitiço, guardando o esqueleto de um pavilhão Tellet, também incendiado pelo gentio, inutilizando-se ali, em homenagem a preconceitos que não pareceram oportunos, mais outros em Quissanga, Congo Iala e Mussuco, guardando também as ruinas e cinzas de postos ou estabelecimentos destruídos.
A Salvador Correia, onde seguíamos, foi encontrar a cutter que transportava a 18ª companhia, fundeada junto da Pedra do Feitiço, procedendo aí ao desembarque. Conforme o parecer de S. Exª o Encarregado do Governo, essas tropas foram embarcadas no Salvador Correia e d’ali conduzidas a Noqui, onde desembarcámos horas depois de ali desembaraçar o Exº Governador do Distrito, como vimos.
B) Operações posteriores a 25 de abril
Reunidos em Noqui, a bordo do Salvador Correia, os Exº Encarregado do Governo-geral e Governador do Distrito e o chefe do estado-maior das forças em operações, o Exº Governador do Distrito expôs a situação tal como ela se deduz de que ficou dito e deu conhecimento da impossibilidade em que as forças se encontravam de marchar de pronto; e isto por duas razões fundamentais: não havia viveres porque o quartel-general, em harmonia com as instruções que haviam sido dadas pelo Exº Governador-geral, respondera à requisição feita telegraficamente nos fins do mês anterior, que os víveres deveriam ser adquiridos nos mercados do distrito, que, na hipótese, se reduziam ao mercado de Noqui que nada tinha; ainda mesmo que houvesse viveres a impossibilidade de marchar subsistia, porque de Luandanão tinham vindo os carregadores pela mesma época requisitados ao Governo-geral, e os que ali se encontravam em Noqui, nesse momento não queriam continuar ao serviço da coluna.
Imediatamente foi dada ordem para que a requisição fosse satisfeita em Luanda, e esta foi preparada por acordo entre o chefe dos serviços administrativos e o do estado-maior; a canhoeira Save aprontou para partir na madrugada de 26, conduzindo a requisição que desde logo deveria começar a ser satisfeita, tendo-se expressamente solicitado do Quartel- general da província que nomeasse um oficial idóneo para assistir à verificação da qualidade e quantidade de géneros, pois que os precedentes mostravam que todos os cuidados havidos até aí, se alguns houvera, tinham sido insuficientes; A Salvador Correia partiria na tarde de 26 e receberia em Luanda os carregadores de Pungo Andengo, que ali deveriam estar desde 25, e conduzi-los a Noqui…”
Continua
AHM – LISBOA
(1) Sublinhado nosso.
Pesquisa de ARTUR MÉNDES