…” Começou então a retirada durante a qual não foram hostilizados, sendo todavia, vigiados pelos rebeldes que, seguindo à distância as linhas das alturas paralelas ao itinerário da coluna,
captavam todos os actos d’ella. N’esse mesmo dia e apesar da hora adiantada a que a retirada começara, a coluna, forçada a isso por questão fundamental da água, marchou até atingir a margem
esquerda do M’pozo, onde bivacou às 19 horas.
No dia imediato a coluna fez uma pequena marcha até o acampamento de Paza; no imediato recomeçou a marcha dando grande alto junto do riacho M’ bumi. Às 12,30 a coluna do capitão Cardoso ouviu o
toque de sentido, feito pelo corneteiro da guarda avançada da força com que o Governador do distrito partira na antevéspera de Noqui e n’esse dia, de bivaque do Caso.
O Exº. Governador do distrito tinha partido de Cabinda em 2 de fevereiro, acompanhado do tenente António Augusto da Costa Alves, chefe dos serviços administrativos, indo n’esse dia ficar em Santo
António do Zaire, onde embarcou na Salvador Correia metade da 20ª companhia que com ele deveria seguir para S. Salvador; ali embarcaram, também, os tenentes Eugénio Ribeiro de Almeida e José
Francisco Filippe comandantes dos pelotões e o capitão médico Sá, chefe dos serviços de saúde.
Em santo António foi recebido o telegrama em que o capitão Cardoso comunicava a sua partida e outro em que o administrador informava sobre a impossibilidade de levantar carregadores em Noqui, a
não ser muito reduzido número. Imediatamente foi telegrafado ao administrador de Noqui o número que lhe fosse possível obter e foram tentados esforços no sentido de angariar alguns em S. António,
não se conseguindo um único; ocorreu, porem, ao Governador que deveriam vir das fazendas do Enclave, a bordo do Ambriz, cerca de 100 trabalhadores que tinham terminado os seus contractos e que
regressavam á região, pois que a ela pertenciam. Chegado o Ambriz e verificado que trazia a bordo 115 muchicongos, partiu no dia imediato o Salvador Correia indo, n’esse dia, ficar a Bema, onde o
Exº Governador do Distrito, conforme lhe fora superiormente indicado, ia cumprimentar o Governador-geral do Congo Belga. Em fevereiro fundeava o transporte em Noqui, realizando logo o
desembarque.
A organização da coluna consumiu dois dias; na tarde deste último iniciava-se a marcha por uma pequena deslocação, indo a coluna bivacar no campo de segregação de Minguengue, a cerca de 5
quilómetros de Noqui. A coluna disponha de 130 carregadores, porque em Noqui não fora possível angariar mais de 15, que somados aos 115 muchicongos perfaziam aquele total. N’este dia fora o
Governador do distrito a Matadi conferenciar com o nosso cônsul geral no congo Belga que tinha importantes esclarecimentos a fornecer, ali se encontrou com os missionários ingleses Bowckill e
Phillips que informaram que S. Salvador se achava cercada desde 25 de janeiro e que corria grande risco…”
Continua
AHM-LISBOA
Em colaboração do Artur Méndes