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Portal da Damba e da História do Kongo

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Página de informação geral do Município da Damba e da história do Kongo


Revolta de Mbuta em São Salvador (13)

Publicado por Muana Damba activado 24 Septiembre 2012, 03:05am

Etiquetas: #História do Reino do Kongo

 



…” Durante o seu estabelecimento, o gentio aproximara-se várias vezes do local ocupado, insultara a força e sobre ela fizera, a distância alguns tiros, pelo que o tenente Filipe solicitara do capitão Monteiro o castigo daquele gentio. Foi então atacado e destruído o povo de Seme, na margem direita do rio Languejo.

Logo que chegou a S. Salvador o comboio, começou a organizar-se um destacamento para ir a Quimbubuge; este destacamento partiu em 21 de março e era composto pelos pelotões do 1º. Sargento de artilharia Isidoro e uma praça para serviço de ambulância, tudo sob o comando do tenente António José Camacho. Os capitães Cardoso e Monteiro recebiam e entregavam a capitania e a companhia, pois o primeiro deveria vir para o litoral logo que o destacamento regressasse de Quimbubuge. Os pelotões de infantaria contavam 43 praças, cada, incluindo os graduados europeus; a peça tinha como guarnição, além do chefe da peça, 1 cabo de infantaria e dois soldados indígenas.

A marcha até Quimbubuge, sempre debaixo de fogo, durou seis dias, em que choveu constante e torrencialmente; (1) ao fim do 6º dia, chegou junto do destacamento, um escoteiro enviado pelo Exº Governador com instruções complementares, comunicando que, no dia imediato, 27, a força seria reabastecida por um comboio que sob o comando do tenente Filipe, avançaria até Belem, onde deveria ir um pelotão com os carregadores para receberem víveres.

A Força do comando Filipe surpreendeu o inimigo um pouco ao norte de Belem, ficando morto no campo o soba da Madimba.

O destacamento do comando do tenente Camacho acampou durante 5 dias em Quimbubuge, irradiando dali em todos os sentidos tendo combates com rebeldes nos povos de MUINGO, QUIÚA, CONGO DIACATI, ZAMBA CONGO, KIKIENGUELE, QUINDIATI, VUVUTA, VUQUIBANZA, BANZA QUIMBU, BUGE, SENGUELE, QUIMBUBUGE; destes combates foram mais importantes os de Songuene e BuBútútu (Banza de Buta) onde tinha havido consideráveis concentrações e onde os rebeldes tinham executado importantes trabalhos de fortificação. Em Songuene tivemos morto um auxiliar, um soldado indígena da companhia de S. Salvador.

Alem dos povos acima indicados, onde a força teve de travar combate, outros foram destruídos sem resistência. Foram queimados quarenta e três povos com um total de 363 cubatas, e consumiram-se 11613 cartuchos.

O destacamento não pôde cumprir por falta de munições as instruções complementares a que acima se faz referência e segundo as quais deveria pôr-se em contacto com a guarnição do Bembe, reforçando-a um pouco assim fosse indispensável, mas destruiu completamente toda a região em que pôde operar; assim foram arrasadas 3 das mais importantes revoltadas: Banza Puto – KIKIENGUELE (onde o chefe da revolta era CALANFUA), Madimba (chefe BATA) e Quimbumbuge (Chefe TULANTO)

É curioso registar que no quarto dia que a força esteve operando em volta de Quimbumbuge, 30 de março, ao meio dia em ponto, mais de 20 povoações arderam à vista do destacamento, muito para o sul, tendo sido incendiadas pelos rebeldes. Nunca foi possível descortinar a razão por que assim procederam.

A Marcha de regresso sem que a força recebesse um único tiro, nem descobrisse vestígios dos rebeldes, facto significativo de quanto eles tinham sofrido e, presumivelmente, de propósito de se apresentarem. Tivesse sido possível continuar naquele momento a atacar violentamente os rebeldes por toda a parte, e a revolta teria chegado em breve ao seu termo. Veremos a que a isso o bateu…”

Continua

                                                                                                  AHM-LISBOA

(1) Sublinhado nosso.

 

 

                                                                                       Persquisa de Artur Méndes

 

 


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