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Portal da Damba e da História do Kongo

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Página de informação geral do Município da Damba e da história do Kongo


O Uíje foi sempre diocese campeã no ensino - Bispo do Uíge.

Publicado por Muana Damba activado 8 Enero 2012, 11:46am

Etiquetas: #Entrevistas

 

 

Por David Filipe

 


 

 

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Como é que está a parceria entre a igreja Católica e o executivo do Uíje, a nível do sector da Educação?

 

A nível geral temos um protocolo entre a Conferência Episcopal de Angola e o Ministério da Educação. Em Janeiro do ano passado, entrou em vigor o acordo renovado. A nível da diocese do Uíje, nós temos tido boas relações. Temos nas nossas paróquias e missões escolas missionárias. Elas têm uma equipa directiva nomeada pela igreja e depois o corpo docente é proposto pela igreja e nomeado pelo ministério de tutela.
A título de exemplo, a nível da província do Uíje a única escola que forma professores está sob tutela da igreja. O Uíje foi sempre diocese campeã no campo do ensino.

 

Como é que avalia a situação económica e social da província?

 

Eu faço uma leitura positiva e progressiva. Eu fui vendo o Uíje a melhorar, de ano para ano. Vim para cá
em 2007, era uma outra província, a própria cidade tinha muitas dificuldades. Depois de 2008 e 2009, as
coisas foram mudando. O que mais mudou foi a reparação da estrada principal Uíje/Luanda. Tem-se dito
que as estradas são os grandes “vasos capilares” do progresso e do desenvolvimento de um país.

 

Isso aconteceu no Uíge?

 

Logo que a estrada ficou pronta, nós começámos a ver a província a crescer. Há também um grande
esforço da parte do governo provincial. Quando cheguei, encontrei o governador António Bento Kangulo
indicado pela UNITA, no âmbito do GURN. Quando tivemos as eleições, veio o senhor Mawete João Baptista, ele ficou pouco tempo e não pudemos avaliar assim tanto o seu trabalho. Mas gostei de uma coisa que ele sempre fazia, tentar conhecer as comunidades. Foi muito bom, porque quando ele se deslocava, ia com todo o seu staff para poder conhecer as coisas. Desde que veio o actual governador, Paulo Pombolo, a província começou a conhecer saltos qualitativos. Ele tem uma certa preocupação de ver a província a desenvolver-se, a sair da situação em que estava. 

 

Dos saltos qualitativos pode enumerar alguns?

 

Um exemplo que salta à vista des- de que ele está cá é que nós temos energia eléctrica 24 sobre 24 horas e o Uíge ficou durante muito tempo sem energia. O governador tem feito um esforço para tentar interagir com a própria comunidade e com a sociedade civil, isto faz muito bem. Quando um governante procura interagir com as pessoas, pedindo concelhos, é uma das melhores formas de conhecer os problemas. Agora temos uma província que vai conhecendo avanços bastantes significativos. Naturalmente, nós gostaríamos que as coisas corressem, mas conhecemos as dificuldades que se vivem, não só em Angola, mas no mundo. Estamos a enfrentar este problema da crise financeira e também vai-se avizinhando a outra, a crise do euro, e que também nos vai afectar. O que se pede à nossa gente é que haja um pouco mais de paciência e também de colaboração, porque, às vezes, as autoridades constroem e a população danifica. 

 

Há exemplos?


Em 2008 e 2009, a cidade do Uíje estava toda iluminada com placas solares e foram as próprias pessoas
que vandalizaram e foram levando os painéis e as baterias. Nós precisamos de colaborar com esses esforços, porque o que se está a fazer é nosso, um bem comum que precisa da nossa estima. De resto, o Uíje está a crescer e, se continuar com esse ritmo, será uma província de renome no nosso país. 

 

Comenta-se que a agricultura está ser abandonada na província do Uíje…

 

No ano passado, no encontro que tivemos com o senhor Presidente da República falámos sobre a agricultura. Queiramos ou não, o progresso, para além da técnica, para além dos outros aspectos, não pode dispensar o desenvolvimento da agricultura. É através da agricultura que nós vamos limitar, por exemplo, algumas importações. Quando falamos de importações, há sempre a fuga do capital. A agricultura ajuda os camponeses a sair da pobreza, porque os excedentes são vendidos. A nossa população precisa de sair de uma agricultura de subsistência para uma agricultura comercial e de concorrência. A nossa população tem de saber quais são os produtos que mais consumo têm no
mercado. Os camponeses não estão a abandonar a agricultura, mas precisam de apoios.

O crédito agrícola ajuda?

 

Hoje fala-se muito dos empréstimos bancários para ajudar os camponeses. Estou plenamente de acordo, porque ele (o camponês) precisa de ter capitais, mas é preciso ensinar-lhe como usar esse empréstimo. Angola é um país que não tem problemas de água, é bastante fértil. 

 

Continua...

 

 

                                                                                                           O novo Jornal

 


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