Por José Eduardo Oliveira Xavier.(*)
Gentes e Coisas da Damba!
Tenho nos últimos dias a trocar um dedinho de conversa com gentes da Damba. Hoje eis-me outra vez para comentar o artigo do meu conterrâneo Zé Neves Ferreira e, melhor aprofundarmos mais conhecimentos, apesar de diferenças de idades. E porque também faz referências a pessoas que me são muito próximas, familiares.
À mistura irei fazendo algumas tantas perguntas ao Zé Neves Ferreira para melhor nos conhecermos .
Uma dessas vezes cruzei-me com o José Neves Ferreira numa livraria da Baixa de Lisboa e tocamos muito ràpidamente umas conversinhas sobre a nossa Damba. Não sei se recorda de um angolano que esteve a estudar Comunicação Social na Covilhã, com o Luís Moreira, meu colega de brincadeiras na Damba e também, coincidentemente, colega de turma durante os seis anos que passei na Covilhã, Beira Interior.
O reencontro dos mindambas em São Pedro do Estoril, com o casal Neves Ferreira, Maria e José, no meio. A direita da imagem, o soba da Damba, Artur Méndes. (foto de Sebastião Kupessa).
Zé, Sabes que nós os africanos somos todos família!
Apesar de tenra idade, conheci bem todos os que faz referência no teu comentário: o vosso alfaiate Paulo Bunga (falecido) sempre que passavamos na vossa loja era o tio Paulo que nos dava rebuçados e ficavámos com ele a ouvir alguns conselhos, enquanto cosia com a máquina SINGER, que só ele sabia.
Refere-se ao soba Manuel Kituma, não sei se refere o de Zunga, via do Chimacongo ou do Kicumba-Lêmboa que também já são falecidos.
A arte das mobílias do Camatambo e, mesmo do Kiteca com o Soba Cabiba (falecido), já não se fabricam.
Quanto a arte do Cristo esculpido me madeira, o mestre, era o meu tio João da Costa Kiala (falecido) que primeiramente morava na praça da Damba e depois mudamo-nos para o Bairro da Missão.
O funcionário administrativo Miguel Laurentino, meu tio (falecido) os enfermeiros Manuel Tungo, Rómulo Francisco, Pedro Rescova e muitos outros (todos falecidos) foram colegas de profissão com o meu pai Xavier Massundidi, também já falecido.
O cabo Manuel Bengue, O Professor Pedro Faria (não conheci as irmãs) mas os filhos Nina e Pedro Luís Faria este ainda vive em Luanda.
Em suma estes e tantos muitos outros anónimos, são e serão os que constituirão as nossas fontes para que possamos escrever uma história credível da nossa Damba que está à espera de toda e muita gente aqui e na diáspora para o seu renascimento e acreditem que voltará nos seus tempos áureos.
Um abraço dambense ou dambiano do seu José Eduardo Xavier
Comentário extríado no artigo: link.
(*) Antigo professor da língua portuguesa na escola do segundo nível ( escola preparatória) da Damba, conhecido por Prof: Zé Xavier. Actualmente é funcionário sénior da agência noticiosa de Angola "Angop"