Por Patrício Cipriano Mampuya Batsikama
MBÂMBA: eis as subdivisões que formavam o Mbâmbado Mpêmba, de Kôngo-dya-Mpângala: a Oeste, o Mpângala habitado pelos Ngangela e o Mbângala; a leste, o Mazinga e o Mbânda (Hânda).
b) MPÊMbA: o Mpêmba, do Mpêmba de Kôngo-dya-Mpângala, é composto de Ndêmbo (Malêmba) e o Mbwêla (Huila), à Oueste, e de Nsôngo e Musuku à leste.
Tecnicamente esta zona terá sido a sede da primeira capital do reino do Kôngo, a Mbânza-Mpângala, que se tornaria a benguela sob a influência portuguesa. labat diz que “o rei de todo país
chamava-se Mamâmbala ma Mpângala”. A propósito da capital, eis o que escreve os Padres benys Carli de Plaisance e Michel-Ange de gattine, que lá se encontravam em 1666: “Ao amanhecer do Natal,
chegamos a benguela, a capital do reino deste nome”; e o Padre lorenzo da lucca, que lá chegou 36 anos depois dos primeiros,
escreveu: “benguela é um reino cuja grande parte é actualmente em possessão dos Portugueses. Eles têm lá uma fortaleza e uma guarnição porque é a capital deste reino. Fomos informados que estavam
em guerra com um dos principais chefes” (neste caso Mani Mpângala, o famoso Mamâmbala ma Mpângala).
Assinalamos também que os Yaka que bettel encontrou em bengwela (bangolla/Mbângala) eram autóctones, os Kyaka referidos por Mesquitela lima. E, se devemos basear-nos nas informações produzidas
durante a viagem de Hermenegildo Capello e Roberto Ivans, outras populações associam-se
nesta lista, como os Muzumbo e os Mbayi lûndu, na região de Nkêmbo. Contudo, os Kyaka ou Jaga serão assimilados aos Ovimbûndu aí por volta de meados dos séculos XVIII e XIX.
c) NSÛNDI: no Nsûndi do Mpêmba de Kôngo-dya-Mpângala encontrava-se os seguintes bairros: ao lado do Atlântico, o Mpûmbu ou o país dos Mbûndu estabelecido ao Norte do planalto de benguela, e o
Kisama ou Musâmba, circunscrição que labat situou no Sul da pequena ganghella; a leste, o Ndôngo e o Mbêmbe.
De acordo com António Cadornega, o Mpûmbu deste bloco se compõe por Musûmbe (Sumbis), Nkûmbe e Nkênge (gemgue),considerado um dos países de onde originavam os guerreiros Jagas (Kilômbo). Este
autor sublinha ainda, já no século XVII, que este país pertencia aos “quibundo”.
Extrato do livro: A origem meridional do Reino do Kongo