Por António Capitão

Detidos sob acusaão de operações ilícitas
Fotografia: Filipe Botelho
Mienga Mbongo, 29 anos de idade, e Toni Mundigo Tati, 30, cidadãos angolanos naturais da província do Uíge, foram detidos pela polícia de investigação criminal do Uíge pela prática do crime de falsificação de moeda. Na operação, foram apreendidos 2,5 milhões de dólares, contabilizados em cédulas de cinco, 10, 20, 50 e 100 dólares, além de uma garrafa contendo produtos químicos para a lavagem das cédulas.
O intendente Assunção Ribeiro, porta-voz do comando provincial da Polícia Nacional do Uíge informou, ontem, na cidade do Uíge, durante a apresentação dos supostos infractores, que Mienga Mbongo e
Toni Mundingo Tati são acusados pelo crime de falsificação de moeda, punível pelo Código Penal angolano, cujas investigações sobre o envolvimento directo dos dois elementos continuam em curso,
porque os acusados negam estar envolvidos nesta prática.
“Os dois jovens foram surpreendidos e detidos na manhã de quarta-feira, no terminal de embarque e desembarque da transportadora Macon, por efectivos da polícia de investigação criminal
local, quando pretendiam deslocar-se a Luanda. Com eles foram apreendidas cédulas de moeda estrangeira, um cofre e uma garrafa com mercúrio destinado à falsificação de moeda”, esclareceu.
Assunção Ribeiro avançou que as investigações vão prosseguir por se tratar de uma rede de falsificadores que permaneceu durante cinco meses na província, e que provavelmente tenha envolvido
mais elementos e criado várias ramificações.
Mienga Mbongo afirma que ele e o seu companheiro são inocentes, apesar de terem sido apanhados em flagrante pela Polícia. Segundo o acusado, há cinco meses que um dos seus clientes, apenas
conhecido por Blaize, os contactou para pedir emprestado uma quantia de mil dólares, reembolsáveis com juros de 500 dólares, no prazo de uma semana.
“O Blaize disse que podia devolver-nos o dinheiro no prazo de uma semana, mas com juros de 500 dólares. Deixou uma garantia, um cofre, para levar só depois de vir devolver o nosso dinheiro.
Mas já passou muito tempo, por isso decidimos abrir o cofre e descobrimos que, afinal, na caixa havia objectos criminais e foi assim que decidimos vir guardá-los aqui, no Uíge”, contou.
Toní Mundingo Tati disse: “Eu sou simplesmente vendedor de roupa e calçado, mas como o senhor Blaize nos garantiu devolver o empréstimo que recebeu, de mil dólares para 1.500, nós aceitámos
isso e caímos nesta armadilha”.
J.A