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Portal da Damba e da História do Kongo

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Página de informação geral do Município da Damba e da história do Kongo


Conversa com o Padre Hortêncio Rossetto

Publicado por Nkemo Sabay activado 5 Junio 2011, 13:18pm

Etiquetas: #Entrevistas, #Coisas e gentes da Damba, #Religião

Padre Hortencio Rosseto. Image do José Xavier

Padre Hortencio Rosseto. Image do José Xavier

 

Por Sebastião Kupessa

 

O Padre Hortêncio como é conhecido na Damba, nasceu em 1935 numa aldeia perto da cidade de Venezia, na Itália. Em Abril de 1967, chega na Damba onde permanece até hoje, como missionário no serviço da evangelização. Depois do Padre Camilo, o Padre Hortêncio é o prelado católico mais popular da Damba. Se não está na Missão, encontrarás o Padre juntos com os jovens, ajudando-os em muitos projectos, ou está nas aldeias, em palabra com os habitantes, num Kikongo perfeito. Foi ele quem fundou a famosa equipa de futebol, com João Kumabaya e prof. Camilo Afonso, a Académica da Damba, mais tarde FC Damba, baptizada tempos depois em FC NZAZI. Não é preciso apresentá-lo, porque quem viveu na vila da Damba, certamente conhece o sacerdote, da ordem dos capuchinhos.

Estava doente, encontrava-se hospitalizado na cidade do Uíge. O Portal do Uíge e da Cultura Kongo aproximou-se dele para render-lhe a devida homenagem pelos serviços prestado a sociedade dambiana, mas o religioso recusa a glória humana, minimizando a sua acção evangelizadora nas terras do Soba Nanputu! A conversa realizou-se em Kikongo e português.

 

Muana Damba (M.D): Bom dia Padre.

 

Padre Hortêncio (P.H): Bom dia, com quem estou a falar ?

 

M.D: Sou da Associação dos Naturais da Damba na diáspora, queria saber o seu estado de saúde, porque ouvimos que estás doente.

 

P.H. Estava doente, mas já estou melhor agora, não estou mais no Hospital. Se você és da Damba qual é a sua aldeia ?

 

M.D: Sou de Bairro Manga, na Regedoria de Mabubu.

 

P.H: Sabes que hoje (Domingo, 05 de Junho de 2011) há uma grande festa na Damba? O Núncio apostólico em Angola, Novato Rugambua, de nacionalidade tanzaniana está de visita lá na Damba. É primeira vez que isto acontece. Mas eu não tive tempo de ir na Damba porque me encontro ainda aqui no Uíge.

 

M.D: Quando estavas na Damba pela última vêz?

 

P.H: Foi no último mêz de Abril.

 

M.D: Como está Damba actualmente?

 

P.H: Há pouca população em releção do tempo que você vivia lá, por causa da guerra, a maior parte da população emigrou nas cidades. Muitas aldeias não existem mais, as que ficaram têm poucos habitantes.

 

M.D: Padre, o que pensas sobre o desenvolvimento da Damba?

 

P.H: Está se construir muita coisa na Damba, sobretudo as escolas. Na Regedoria de Mabubu foi contruída uma escola moderna lá e em alguns bairros. Agora na Damba estuda-se até décima segunda classe. A estrada principal está sendo asfaltada, mas agora as obras estão paradas perto do bairro Kimayala, na regedoria de Missão, no caminho do Nsosso.

 

M.D: Padre Hortêncio, agradecemos-te bastante pela evangelização e do trabalho humanitário louvável que fizestes na Damba.

 

P.H: Não escreve nada aí sobre o que eu fiz na Damba, porque não vejo nada de especial que eu realizei lá na Damba.

 

M.D: Mas nós que crescemos na Damba, vimos o que padre fizestes ao longo da tua estadia missionária, deixa-nos ao menos te agradecer.

 

P.H. Vana matondo kwa Nzambi (dá graças a Deus). Fizemos tudo pela glória de Deus. Se escrever algo sobre o que eu fiz na Damba, será considerada como mentira e Deus não gosta de mentira. Mas procuras um  documento que foi publicado há pouco tempo sobre o trabalhos dos padres capuchinhos em Angola, alí encontrarás notícias que vai vos interessar.

 

M.D. Falando sobre o trabalho dos capuchinhos em Angola, como estão as vossas relações com o padre José, que esteve convosco na Damba, e que hoje, é um dos homens de Deus que está dirigir a referida ordem a nível mundial?

 

P.H. São excelentes as nossas relações. O padre José encontra-se há pouco tempo em Angola, a trabalhar connosco, esteve em Luanda e actualmente está no Huambo.

 

M.B: Já que recusas a homenagem dos ANANDAMBA, deixa ao menos te desejar boa saúde.

 

P.H: Tomene tonda kibeni, wana ana awukulu kuna lunanga kiambote kieno. (N)fumu (N)Zambi ka kala ye yeno.(Agradeço-vos bastante, cumprimenta todos os que estão na diáspora. Que Deus esteja convosco).

 

M.B: Matondo (obrigado), Padre.

 

 

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