Por Nicodemos Paulo

O Centro Cultural da Paróquia de Santa Cruz da Igreja Católica no Uíge está a formar muitos jovens nas especialidades de Informática, Gastronomia, Decoração, Economia Doméstica e Língua Inglesa, com vista a inserção dos mesmos no mercado do trabalho.
Criado há seis anos, por iniciativa dos Padres Mercedários, com apoio da organização Leigos para o Desenvolvimento, o centro já lançou para o mercado do emprego mais de 600 jovens e procura, cada vez mais, responder aos anseios da juventude do Uíge, nas diversas áreas de formação.
Em declarações ao Jornal de Angola, o coordenador geral do centro, Álvaro Daniel, avançou que nos últimos dois anos a instituição regista grande afluência de jovens interessados em frequentar
um dos cursos básicos ou profissionais disponíveis na instituição.
Actualmente, mais de 250 jovens frequentam aulas teóricas e práticas de Informática, Gastronomia, Decoração, Economia Doméstica e Inglês. Álvaro Daniel disse que nos últimos anos a Igreja
Católica no Uíge tem adaptado a sua acção à nova realidade social do país, fruto do alcance da paz e dos anseios juvenis, com a implementação de projectos de âmbito social e profissional,
prestando desta forma um grande contributo socioeconómico na província.
“Esta mudança de metodologia visa assistir as populações com serviços sociais úteis e indispensáveis para a comunidade”, disse, acrescentando que a iniciativa da Igreja visa também estimular os
jovens a seguir o catolicismo, para encontrarem as respostas das suas preocupações sociais e espirituais.
Para além da formação profissional, disse, os jovens podem encontrar no centro uma biblioteca, um campo polidesportivo, mediateca, uma gráfica, entre outros serviços sociais. Os cursos, com
duração de três a quatro meses, são ministrados entre as 8h00 e as 19 horas.
Os custos das propinas variam de quatro mil a 14 mil kwanzas. “Temos alunos cujas idades variam entre os 17 aos 35 anos. Enquanto os mais novos preparam-se para o mercado de trabalho, a maioria
dos mais velhos matriculados no centro procura apenas melhorar o seu desempenho profissional”, referiu.
Para além da formação profissional, o Centro Cultural da Paróquia de Santa Cruz promove a sã convivência social, através de palestras sobre violência doméstica, aborto, cuidados primários de
saúde, doenças de transmissão sexual, sobre o papel da mulher na promoção da sociedade, e acções de aconselhamento das famílias cujos membros estão infectados pelo VIH/Sida, viciados em drogas,
álcool e outros.
Para o formando Gabriel Nsingui, o curso de Informática e Inglês são requisitos indispensáveis para concorrer a um emprego, “daí a importância de formar-me nestas especialidades e preparar-me
convenientemente para estar à altura de concorrer a uma vaga no sector público ou privado”.
Olga Teresa da Silva vê no curso de Gastronomia, Decoração e Economia Doméstica uma oportunidade clara para a criação de um negócio próprio e melhorar as economias da família. “Esses cursos dão
jeito porque já não precisarei pagar ninguém para decorar ou cozinhar em eventos familiares, por exemplo. Aliás, no final da formação estarei à altura de assumir qualquer compromisso com
pessoas singulares ou colectivas, relativamente à confecção de alimentos e decoração de espaços, para a realização de qualquer evento”, disse.
J.A