Bungo e Damba com benefícios visíveis

                                                 Fotos de Mavitidi Mulaza

As vantagens do Programa de Municipalização dos Serviços de Saúde do Uíge continuam reflectir-se na vida da população, como verificou o ministro da Saúde na visita às principais unidades do sector do Bungo e da Damba.

Aquele programa do Executivo trouxe recursos e meios que proporcionaram, a exemplo do que sucede em todo o país, a melhoria da assistência médica e medicamentosa dos habitantes do Uíge.

Além disso, reforçou a capacidade financeira das Administrações Municipais que lhes permite pagar as acções de supervisão e formação de técnicos de saúde, de forma a aumentar, por exemplo, os níveis de vacinação contra várias doenças.

O ministro recordou que, “com o apoio dos serviços técnicos de saúde”, foi transferida para os municípios a gestão dos problemas sanitários e que a aplicação do programa tornou mais rápido o diagnóstico das doenças.

José Van-Dúnem referiu que se trata de “uma iniciativa estratégica muito importante, cujos resultados são visíveis”.

As unidades sanitárias construídas e reconstruídas na província, confirmou, estão a ter resultados extraordinários e verdadeiramente impressionantes, que constituem motivo de grande satisfação para a população.

O ministro salientou, entre os benefícios da aplicação do programa a nível nacional, o centro oftalmológico de Benguela que regista grande número de doentes provenientes de vários pontos do país.

Também o hospital do Bungo tem desenvolvido esforços para resolver casos oftalmológicos que surgem com grande frequência no município e na Damba, o centro para o tratamento das fístulas obstétricas continua a registar êxitos diários. As unidades sanitárias de referência instaladas nos municípios, disse, actuam como verdadeiros pólos de desenvolvimento científico.

No passado, lembrou, era impensável que municípios como o Bungo e a Damba tivessem os serviços que têm e por isso a mortalidade materno-infantil baixa significativamente. O acesso às unidades sanitárias, referiu, é mais fácil e há medicamentos e reagentes em todas as unidades devido à aplicação dos serviços municipalizados de saúde.

Rede sanitária

O hospital municipal do Bungo, com 70 camas e serviços de maternidade e de consultas externas, tem laboratório de análises clínicas, farmácia, lavandaria, cozinha, refeitório e área de internamento geral.
O município tem dois novos centros de saúde e seis postos médicos a que se juntam oito unidades reabilitadas e apetrechadas no âmbito do Programa Municipal Integrado de Desenvolvimento Rural e Combate à Pobreza.

A administradora municipal disse que o Bungo tem cinco médicos e 32 enfermeiros e que é regular o abastecimento de medicamentos, alimentação, energia e água.

Helena Antunes confirmou ser cada vez mais abrangente o programa alargado de vacinação, vigilância epidemiológica, saúde reprodutiva, luta anti-vectorial e de luta contra a sida. A Administração Municipal adquiriu viaturas para apoiar a supervisão nas unidades sanitárias da periferia.

Oftalmologia

O hospital do Bungo registou apenas de Julho de 2012 até ao mês passado 9.479 consultas e 97 intervenções cirúrgicas.

A administradora municipal disse que vão ser adquiridas 40 camas para a secção de oftalmologia que são montadas quando acabarem as obras de construção de uma nova sala de internamento.

O Programa de Combate à Fome e à Pobreza, referiu, permitiu a construção de farmácias e de lavandarias nas comunidades, um armazém para conservação de medicamentos, uma morgue, bem como espaços para o funcionamento dos serviços de saúde pública e para instalar os acompanhantes dos pacientes provenientes de vários pontos do município. É urgente, salientou, o aumento do número de médicos nas especialidades de cirurgia, oftalmologia, genico-obstetrícia, ortopedia, estomatologia, imagiologia e medicina geral, e são também precisos mais enfermeiros.

A Administração Municipal, disse, tenciona construir e apetrechar dois centros, um materno infantil e outro oftamológico.

O ministro declarou, no final da visita ao Bungo, estar satisfeito com os avanços registados na luta contra a doença do sono e que espera que se venha a verificar o mesmo em relação à sida e à morte materna-infantil e que “todos os problemas ligados à falta de acessos às unidades de saúde possam continuar a ser resolvidos”. Paolo Pirimpelli, director-geral do hospital da Damba, também confirmou que o Programa de Municipalização dos Serviços de Saúde permitiu melhorias na vida da população, que dispõe agora de serviços básicos de saúde eficientes e rápidos.

O número de crianças internadas no município, disse, baixou significativamente nos últimos dois anos.
Em 2010, afirmou, havia 1.526 crianças internadas e no ano passado, 1.051. Paolo Pirimpelli lamentou a falta de espaço e de recursos para atender tantos pacientes, mas disse estar satisfeito com apoios, provenientes não apenas do Executivo e do Governo Provincial, como de parceiros nacionais e internacionais.

Apesar destes apoios, referiu, o hospital vive “enormes dificuldades” principalmente no bloco operatório, que “não oferece condições de trabalho para a dimensão das intervenções cirúrgicas realizadas”, e no laboratório que precisa de ser restaurado. Sentimo-nos regozijados com a previsão da reabertura da maternidade Rainha Santa Isabel, que vai aumentar a capacidade de resposta nas áreas de pediatria, ginecologia e obstetrícia.

O hospital da Damba passou a Centro de Tratamento Nacional da Fístula pela competência e capacidade reveladas, que lhe permitiu atender 293 mulheres.

O director-geral do estabelecimento referiu “o grande esforço do Governo Provincial para garantir a sustentabilidade do projecto” e realçou a realização de acções de formação de médicos para os dotar de mais conhecimentos sobre fístulas.O III Seminário de Correcção Cirúrgica da Fístula Obstétrica Complicada, realizado pelo Governo Provincial, em parceria com a participação de médicos de Luanda, Cunene e Bié, realiza-se no domingo. O ministro entregou ao hospital da Dama aparelhos e películas de Raio-X, colchões, camas, marcos de observação, mesas de cirurgia, microscópios e camas terapêuticas.

                                                                                                              J.A