As ruinas da Padaria de Kinkossi.

                        As ruínas de Padaria de Kinkosi ( Foto de Humberto Afonso).

Os portugueses ao abandonar Damba nos meados do ano 1975, deixaram a padaria da vila sob responsabilidade do Sr Fonseca. Este último geriu a panificadora com a competência, que até nos princípios dos anos 80, continuava a produzir pão de qualidade. Com o regresso da população dambiana refugiada no Ex-Zaire, a padaria da sede do município, não podia alimentar todos habitantes que ali residiam, agora quintuplicado, incluindo os bairros periféricos. No início do ano 1976, surgiram padarias para satisfazer a demanda do público deste produto alimentar vital, para o consumo diário. Assim o sr Afonso Ntoko, construiu uma padaria no bairro Sanzala Artista, que abatecia as populações dos bairros situados no caminho para Makela. No Kinkossi, o Sr Mpiokosso foi o primeiro comerciante a servir às populações de todo Mabubu, antes de conhecer a concorrência do outro comerciante Moniz Mbunga.

Com efeito, com o tempo, o Sr Moniz Mbunga, vai produzir o pão de qualidade e em quantidade considerável, conseguia fornecer o pão nos bairros Zongo, Kinsakala, mesmo no longíquo Luzuanda. Em 1978, o comerciante Mpiokosso, vai deixar Kinkossi para construir uma padaria no Bairro Kinzenze, localidade situada em paralelo à vila da Damba, em direcção da antiga granja do antigo concelho de administração. A padaria do Sr Mpiokosso vai conhecer sucesso destribuindo o seu produto às populações do Bairro Missão, Kinzenze e Kissanga.

A imagem de hoje, apresenta as ruinas da padaria do Kinkossi do comerciante Moniz Mbunga, é difícil imaginar que aqui, foi um lugar onde se aglomeravam populações para comprar o pão em grosso como em detalho. Produzia-se variedades do pão: desde pão pequeno até o pão chamado crocodilo, feito à forma do réptil, brioche, bolos para as cerimónias, etc, sob a direcção do mestre Daniel Mfumua Nsuka.

A produção era tanta que a padaria do Kinkossi chegava a produzir muitas vezes por dia, num rítmo constante e regular, de tal maneira que um dia as chamas devoraram um operário, que morreu na padaria, não lembro-me o nome dele, que foi enterrado com muitas honras!

A padaria do Kinkossi é um exempro a seguir, pois o seu proprietário não esperou a ajuda do estado nem mesmo foi assistido financeiramente, mas conseguiu, durante uma década fornecer o pão à população da Damba.

                                                                                            Muana Damba.