Apelo à compreensão dos mindambas

Por Miguel Kiame

Caríssimos,

Estamos em tempo de ressaca da festa de ordenação a padre dos três mindamba. Melhor dito: celebração da primeira missa em terra natal.

A descrição do Padre é sintomática e ilustrativa…dispensa mais comentários!

Dá para ver que a festa foi rija.

A nossa Tina Rescova lá esteve e também saiu de lá bastante reconfortada, sensibilizada e orgulhosa da nossa gente. Como sempre, o tempo nunca chega para confortar plenamente o nosso estado de espírito e satisfazer o insaciável sentimento de “vyangi ou Kivyangi”, talvez diga, em português, saudade, mas nem este termo satisfaz essa indecifrável sensação de bem estar que, de repente, se vai transformando em algo agridoce, especialmente quando os planos de regresso a Luanda se apossam das nossas mentes.

                              A nossa Ndamba em crescimento ( imagem de Makunza Tungu)

Para muitos, está se avizinhando, a passos largos, o reencontro com a chuva dambina, o micro-clima temperado e encantador, qual oásis em plena zona tórrida. Está próximo o Natal e muito quererão passar o Natal de forma diferente: mais natureza, mais humanidade, mais lealdade, mais franqueza, mais cordialidade, mais malavo, mais sossego, mais realização, mais alegria, enfim, mais Damba! Eu sou daqueles que não vai perder esse “mais”. Basta de “menos” nessa Luanda cada vez menos natural, menos aconchegante, menos agradável, menos …, menos…

Caríssimos, temos mis um desafio colocado pelo Padre. Como todo desafio merece compenetração, análise, reflexão e engajamento. Por isso, apelo à vossa compreensão para que, dentro de algum tempo volte a colocar a questão, de forma mais mordaz. Deixemos que os nossos “discos duros” processem a informação convenientemente. Quem sabe, depois do Natal, voltemos com mais ânimo e inspiração para atacar o problema.

Até lá,

Kyambote kyenu