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Portal da Damba e da História do Kongo

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Página de informação geral do Município da Damba e da história do Kongo


A trajectória do TOKOÍSMO (3)

Publicado por Muana Damba activado 6 Agosto 2012, 05:20am

Etiquetas: #Religião

 

 

 

 

Por Pastor Muanga Pedro e Pastor Vumambo João David


 

 

 

A MORTE DO DIRIGENTE E O SEU ENTERRO EM NTAYA-ZOMBO

 

 

De 31 para o 1º de Janeiro, às 00h00, morre o Dirigente dos Tocoístas da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo e a Igreja suspendeu todas as actividades.


Os 12 Mais Velhos preparam o seu corpo e decidem comprar o caixão. Por fim, a Igreja decide que o corpo fosse transladado para Ntaya/Makela do Zombo.


Assim, aos 8 de Janeiro de 1984 a caravana parte de Luanda para Ntaya Maquela do Zombo onde aos 10 do mesmo mês se realize o cortejo funeral.

        

De regresso à Luanda, a Igreja de acordo com as Escrituras Sagradas, proclamou-se os sessenta (60) dias de luto e surge um rapazito de 12 anos de idade proveniente da Igreja do Sul de Angola, inspirado e proclama mais trinta (30) dias para perfazerem 90 dias de luto. Os Representantes das Classes em Luanda levam a questão aos 12 Mais Velhos para solucioná-la. Os 12 Mais Velhos tomam a decisão de que, como o público em geral já tinha tomado conhecimento dos 60 dias, já não era necessário publicar mais os 30 dias, pois, seria absurdo. Mas, por questão de precaução e para evitar descontentamento por parte de alguns, só os Mais Velhos (Anciãos) e os responsáveis da Igreja é que deveriam cumprir os referidos 30 dias e não o público, porque este já tinha cumprido os 60 dias publicados logo de início. Os Representantes da Igreja e a Cúpula concordam com a decisão tomada pelos 12 Mais Velhos. Mas no dia seguinte, a Cúpula muda de ideia e não aparece no culto do fim dos 60 dias de luto e toma em consideração os 90 dias de luto e não os 60 dias como estava combinado e proclamado.

 

Quando em 22 de Abril de 1984 a Cúpula termina os 90 dias, o senhor Panzo Firmon declara que já não haveria mais unidade no seio da Igreja e também eles não poderiam trabalhar com o Governo e o Partido.


Os 12 Mais Velhos quando foram enterrar o corpo do Dirigente no Ntaya/Makela do Zombo, após o enterro reuniram-se com os outros Anciãos e Conselheiros da Igreja de Ntaya/Makela do Zombo e decidem que a Igreja deveria ser reconhecida pelo Governo da RPA. Foi assim que no seu regresso à Luanda, os 12 Mais Velhos fazem imediatamente o pedido oficial do reconhecimento e registo da Igreja junto do Ministério da Justiça do RPA.


Devido a desunião que começara a existir no seio da Igreja,  o Camarada Paiva Domingos da Silva, Vice-Ministro da Defesa, tendo conhecimento dessa desunião, convoca ambas as partes, com vista a reconciliação, mas a Cúpula rejeita. Mesmo assim, os 12 Mais Velhos não se limitaram a convocar os Irmãos da Cúpula à reconciliação e chegaram até de enviar-lhes cerca de 11 cartas cujo cópias e algumas respostas estão em nosso poder, mas continuaram sempre a negar. Apenas as 18 Classes e 16 Tribos responderam ao nosso apelo de reconciliação e foi assim que os 12 Mais Velhos começaram a trabalhar juntamente com eles, mas por pouco tempo, porque estes também posteriormente o seu comportamento revelou-se negativo, já não era correcto e muito menos Cristão.


Após a criação da Direcção Nacional para os Assuntos Religiosos (DNAR), os 12 Mais Velhos contactaram imediatamente. Daí, o Director exige a unidade da Igreja, porque só assim a Igreja seria reconhecida. Assim, os 12 Mais Velhos tentam negociar novamente com a Cúpula e apresenta-a á Direcção Nacional para os Assuntos Religiosos. Mais tarde, nota-se o frequente contacto do Director com estes últimos e não com os Mais Velhos que apresentara a Cúpula.


O Director da DNAR convoca por fim todas as partes divididas e dá-lhes a conhecer que a Direcção só iria trabalhar com duas pessoas, mas que fossem subscritores do documento do pedido oficial do reconhecimento e registo da Igreja, porque a Direcção tinha apenas em seu poder um documento dos 12 Mais Velhos.


Como foi atrás referido, os 12 Mais Velhos trabalharam por pouco tempo com as 18 classes e 16 tribos porque o seu comportamento não era correcto e cristão, e não queriam o conselho dos 12 Mais Velhos.


Passado algum tempo, surgem as confusões na comuna de S. Domingos no Município de Catete, Província do Bengo. Os 12 Mais Velhos informaram a DNAR da ocorrência na sua informação nº 36/D.I/1986. Dias depois as 18 Classes e 16 Tribos prometem matar os 12 Mais Velhos e estes informam logo a DNAR na sua informação nº37/D.I/1986.


Num Domingo, quando as 18 Classes e 16 Tribos estavam no seu culto os seus fiscais por ordem dos seus responsáveis, atacam alguns populares, e os 12 Mais Velhos informam também esta ocorrência a DNAR imediatamente mediante a sua informação nº 38/D.I/1986.


Em 2 de Janeiro de 1987 o Cda Roberto de Almeida, membro do Bureau Político e Secretário do Comite Central do MPLA-Partido do Trabalho para a Esfera Ideológica, reúne-se com os três grupos, nomeadamente, os 12 Mais Velhos, Cúpula e Ntemo António e dá-lhes orientações de que “o assunto do grupo Ntemo António era interno da Igreja e competia a esta resolver o seu problema; O grupo Tavares (18 Classes e 16 Tribos) infligiu as leis da Igreja e do Governo e o seu assunto está entregue a Judiciária. Quanto aos 12 Mais Velhos e a Cúpula organizem-se e nomeiem um Representante que poderá estar à frente da Igreja e após a nomeação do mesmo comuniquem-me através da DNAR e estarei convosco”.


 

A DNAR convoca os 12 Mais Velhos e a Cúpula para uma reunião sobre a questão da Igreja e a Cúpula nega porque não recebeu oficialmente a convocatória por escrito. O Director decide não adiar a reunião e realiza-se com a parte presente, os 12 Mais Velhos, mas o Camarada Director encarrega o Camarada Lisboa Santos para dirigir a reunião e este, depois dos 12 Mais Velhos ter apresentado o seu Representante senhor Muanga Pedro conforme as orientações do Camarada Roberto de Almeida, dá por terminada a reunião, pois os 12 Mais Velhos satisfizeram a orientação do Camarada Roberto de Almeida, mas de repente, surge o Director e este decide ir pessoalmente reunir-se com a Cúpula em casa do senhor Panzo Firmon. Assim, tudo quanto se tinha resolvido com o Camarada Lisboa Santos e os 12 Mais Velhos ficou sem efeito.

 

Mais tarde, o Director reúne-se com a Cúpula na DNAR e finalmente telefona ao senhor Muanga Pedro no seu serviço para comparecer naquela reunião que estava a realizar-se. Em seguida o Director decide que cada parte devia apresentar 24 elementos com vista a eleição de um Representante da Igreja.

 

 

 

 

 

 

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