" Em 1918, por fim, estalaria, na capitania-mor do Pombo e na Damba, o último levantamento armado nosso conhecido que envolveu os Bakongo de Angola, antes de 1961. Dizia respeito a uma região que não estivera implicada na revolta de 1913/18 porque, não estando ocupada, não podia revoltar-se. A conquista, ali, era muito recente (1916) . O que se sabe dos aspectos sobrenaturais desse movimento de rebelião está condensado na expressão "revolta de (ou do) Mafulo" ( veja.-se o Capoitulo IV da nossa obra La colonie du Minotaure. Nationalismes et révoltes en Angola (1926-1961).
Mas o seu evoluir temporal, esse não pertence ao reino do maravilhoso. No fim de Maio de 1918, os Sossos do Sul, os Pombos, persuadidos de que um ser baranco lhes levaria pólvora e armas para expulsarem os Portugueses, atacaram a sede da capitania-mor, Sanza Pombo, e o posto de Cuilo Pombo.
O conflito refluiu depois para norte ( posto de 31 de Janeiro) e alcançou o Oeste ( posto do Bungo) e o Sul (Puri)Estes fortins foram atacados em Junho-Julho de 1918. A situação agravou-se a tal ponto para os Portugueses que foi criado um comando militar do Leste ( capitania -mor da Damba),Pombo,Cuango, circunscrição do Zombo). As forças portuguesas convergiram da Damba e do posto do Uige para aliviar o Bungo a 17 de Agosto, o capitão-mor da Damba saiu para o sul e estava a 19 no Bungo,a vançando para a sanzala do principal rebelde, o soba Macabongo, suposto dirigente da antrior revolta do Sosso. Depois de algumas escaramuças perto do posto de Puri, que foi alcançado ea 30 de Agosto, o destacamento voltou seguidamente para Mucaba (19 Setembro) e Damba. E a rebelião cessra no Pombo, que pagou indemnização de guerra, mas só em Novembro de 1921 as autoridades militares de Luanda se recordaram de que seria bom deixar de considerar como tempo de campanha e dos serviços prestados por alguns oficias no Pombo desde 1918"
Texto enviado por Artur Méndes.