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Portal da Damba e da História do Kongo

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Página de informação geral do Município da Damba e da história do Kongo


A biografia do Soba João Kituma de Kikumba-Lêmboa. (fim)

Publicado por Nkemo Sabay activado 16 Junio 2011, 13:57pm

Etiquetas: #Fragmentos históricos da Damba

                          

                                        VOMITO DO PAI - 4 -2-10 008

                                                   Soba João Kituma

 

Nesse mesmo ano, com as feridas ainda para se curarem, foi para o Leopoldville, onde foi recebido na direcção da UPA e teve algumas entrevistas na rádio local, falando sobre o início de guerra em Angola, apresentando como provas visíveis suas feridas.


 

Depois de recuperado seu estado de saúde, Kituma regressa a Angola onde foi fortemente submetido ao interrogatório da PIDE DGS. De realçar que o facto de saber falar e responder ajudou a que não fosse inteiramente suspeitado e condenado.

 


Tempos mais tarde, com os demais Sobas sobreviventes e mais outros novos devidamente seleccionados frequentaram o curso de Promoção Social em Luanda. Terminado que foi o curso, foi elevado ao cargo de regedor e tinham como missão principal a repopulação e reorganização das localidades abandonadas.


 

Conseguiu no empenho das suas funções reorganizar a regedoria, tendo sido construídas uma escola primária, uma ponte a betão sobre o rio Nguizi, a recuperação de varias fazendas agrícolas de café, a revitalização de actividades pecuárias e a mobilização para milícias popular de Jovens para a defesa das populações na regedoria.

 

 

Neste período, o governo colonial ordenou que se juntasse as povoações ao longo das estradas principais (CAMINHA ).


 

Em 1975 Angola conquista sua independência. Nesta altura a Região de Kongo Angola (Damba) era ocupada pelo o partido FNLA, Kicumba- Lemboa esteve na sua cabeça, o Regedor Kituma.


 

Em 1976, com a expulsão das força da FNLA (ELNA) pelas forças do MPLA (FAPLA),  Kituma é indicado como o Coordenador do Sector de 1º Congresso em Kandungo, sede em Kicumba Lemboa.


 

Neste período de 1976 à 1979, a regedoria começou a contar com uma padaria, uma moagem de fuba de bombo, mais escolas primárias, um conjunto musical, uma selecção de futebol, associações de camponeses , fora das fazendas privadas de café que não paravam de respirar crescimento na produtividade; a abriu-se o mercado de Kicumba-Lemboa, construiu-se a infra-estrutura onde funcionava o comité do Sector, elevou-se o nível da organização interna e aumentou-se também o numero de comerciantes sendo a maioria deles marcaram também residências na Vila de Damba.


 

Kicumba Lemboa passou a ser visto como uma das potencias económicos do município de Damba e abastecia em quadros as instituições do municipio e em produtos como bombo, feijão, ginguba, carne de caça, porco, galinha, cabritos, maluvos e plantas medicinais… os outros mercados, inclusive o comercio interno através da comercialização no Campo tinha os olhos postos no Kicumba-Lemboa / Nkandungo.


 

Como nem tudo constituí mar de roses, o reinado de Kituma começou a ser vitima de perseguição por parte de alguns dos seus familiares paterno que invejavam a todo custo tomar o poder; associada a má fé do partido governo (MPLA ) que não entrega o camião de marca IFA alocado a associação dos camponeses, a viatura de cabina dupla contemplada ao Coordenador do sector, não obstante ter encaminhado para a província grandes quantidades de produtos, no quadro de comercialização no campo; e mais tarde em 1985, quando a intensificação de guerra, pela progressão das forças guerrilheira do galo negro ( UNITA ) atingiu Damba, esses bens caíram no esquecimento.


 

O mais marcante neste período foi a demonstração de poder tradicional que impediu os guerrilheiros da UNITA não queimarem os carros no interior de Kicumba-Lemboa.

 


Os referidos carros  transportavam os comerciantes que vinham participar o mercado de Kicumba-Lemboa, que decorria no Domingo.

 


Foram surpreendidos estacionados na área da padaria. A saber que nunca tinha acontecido à UNITA, no tempo que queimava carros, perdoar  um  ou mais carros que caíssem nas mãos dos guerrilheiros. E também pareceu estranho ao Comandante das operações, a coragem demonstrado pelo Coordenador do Sector Branquima João Kituma, ao dirigir –se perante ele, e ousar proibir a realização e concretização de um objectivo. Por isso foi-lhe dito pelo o comandante : Você é o tal Kituma ? Você é muito atrevido ! Não torne mais a fazer isto ! Juro-te que é só aqui e nunca há de se repetir. Dito essas palavras, retirou as tropas com a ordem de que nenhum carro deveria ser queimado. E assim foi, não queimaram !

 

 

Depois deste período à 1990, a regedoria passou a ser dirigido pelo Senhor Mbenza, (Bem do Povo) de clã Kintete.

 

 

Em 1990 Branquima João Kituma embarca para Luanda onde permaneceu quase dois anos, inclusive se dedicou no comercio, tendo sua bancada no mercado de Ntunga a Ngó, junto a estação de comboio.

 

 

Em 1992, depois de negociar com a empresa Procafé no sentido de comercializar a reserva de produto que ainda detinha na sua fazenda, foi recuperado na cidade do Uige e convenceram-lhe a incorporar a delegação das autoridades tradicionais da província do uige que deveriam se encontrar com o presidente do MPLA e da República de Angola, o engenheiro José Eduardo dos Santos.

 


O Regedor Kituma, cujo filhos pensavam estar na aldeia, foi recebido pelo Presidente do MPLA e da República de ANGOLA, em Luanda, com quem conviveu cerca de 15 dias na residencial presidencial, no Futungo de Belas em Luanda.

 

 

Depois desse estadia, foi alinhado no grupo dos activistas políticos indicados para a campanha eleitoral do partido MPLA para os trabalhos políticos em toda extensão da província do Uige.

 

O resultado final das eleições de 1992 é bem conhecido por todos que apesar de contestado pela UNITA, o MPLA ganhou a maioria absoluta e para o Kituma, nem recompensa se beneficiou ! A tristeza foi a que com o recrudescimento da guerra em Angola , a Província do Uige ficou sob controle da administração da UNITA.

 


Kituma não larga o amor que tem para com o seu povo !

 

 

uma só figura para KICUMBA – LEMBOA e toda região de Nkatama.- KITUMA, o regedor dos regedores. Neste período o Kituma conheceu pessoalmente as grandes figuras desta organização de Jonas Savimbi, como no caso do vice Presidente  da UNITA, António DEMBO, e utros comandantes que operavam na região.

 

 

Isto foi lhe dito em 1992 por um comandante das FALAs quando se refugiou no Nzangalakani depois de tomada da província do Uige pela UNITA

 

 

TU ES A RAZÃO PARA A VIDA DESTE POVO. CASO SUMIRES, TODOS MORREM ! ENTENDEU ?!!!

 


INGETE KA MBI KO ( Sim Senhor não é mal )

 

 

As consequências da guerra levaram para água a baixo todas as realizações de kituma sobre Kicumba-Lemboa e a pobreza tomou lugar da bonança: as tropas das duas organizações comeram os cabritos, carneiros, porcos e galinhas da Fazenda Nzangalakani e os do povo em geral; queimaram as aldeias e a padaria deixou de funcionar, os habitantes abandonaram as localidades etc… Tudo tinha de recomeçar de novo mas que tudo dependia da paz e da politica.

 


 

Na retomada do território de damba pelas as FAA, Kituma é recuperado pelas tropas e escapa aos disparos de um atentado preparado contra ele, nos arredores de Kimuanza-Nsakala, na atravessia do rio NFUMBA. A sorte dele foi a que uma mensagem vindo de Uige, da parte de  um certo Coronel cujo nome não foi revelado, ao Comandante NPAKA ( Kuku Tuna ) de que Kituma deveria ser encaminhado com urgência para o Comando Militar da região Norte.

 

 

No Uige, já em regime de deslocado, assume a responsabilidade de organizar os deslocados  a dedicarem-se na agricultura em associação de camponeses no Bairro KITUMA, tarefas que cumpriu em colaboração com o MINARS ( Ministério da Reinserção Social ) na província.

 


Aquando a reposição de administração de Estado no Município de Damba, Kituma reaparece na cabeça da regedoria de Kicumba-Lemboa / Nkandungo / Damba / uige, até a data de sua morte  em Luanda, de causas misteriosamente mal definidas – ( doença, envenenamento ou bruxaria).

 

Recebeu Jesus Cristo como Senhor e Salvador e foi baptizado no dia 03 de Abril de 2011, na igreja Bom Deus, congregação de Hoji ya Henda ( Tira Pistola ) em Luanda, portanto um dia antes do falecimento. Nesse dia um forte vento sacudiu o bairro Nzangalakani/ Kicumba-Lemboa /Damba e arrancou as chapas de sua casa.

 


Salutar recordar que  só depois do dia de sua morte (04 de Abril de 2010), por volta de 7:40 h, que o mundo mudou a história,  ao agradecer o governo pelos autocarros modernos de cor azul que vieram em apoio as exéquias em nome do Governo Provincial do Uige.

 

 

Mas se mais algo foi dado em apoio para o óbito, isto permanece no segredo dos anjos, talvez cimentos para a construção de campa; do resto, comida veio com os filhos e lenhas foi buscados pelos próprios filhos !

 

Da antena parabólica, do televisor, do painel solar foto voltaico supostamente doados a Kituma, não obstante terem os familiares terem dito que eram herança dos filhos, foram recuperados por intocáveis, à cegueira fingida das autoridades competentes, Inclusive os subsídios em atrasos, foram lhes entregues…

 


Alguma e outra coisa não declarada que provavelmente terá sido planificado para ser entregue ao falecido e que em vida não se terá feito, tudo ficou no profundo silencio da noite a semelhança da realidade tal que  seu corpo jaz na sepultura, na sua terra natal, a que baptizou por Kicumba-Lemboa/Nkandungo do município de Damba.

 


Pelo que fez para o governo e o partido MPLA que serviu durante esses anos todos, o Regedor kituma não deixou nada para que os filhos e netos possam recordar do fruto de todo sacrifício feito.

 


INGA !!! INGETE KA MBI KO ÊEH ! MBI ( SIM ! É sim senhor, NÃO É MAL !) mas é mal !

 

 

 

                                                                               fonte: branqkituma.damba.over-blog.com

 


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