Na imagem, a demolição da antiga residência do administrador da Damba, imagem de Joâo Santos Labuta Sena.
O EDIFÍCIO DO ANTIGO ADMINISTRADOR NA DAMBA FOI DEMOLIDO.
Segundo fonte segura, o edifício histórico foi destruído, em benefício de um privado que pretende construir um empreendimento no lugar.
Recordámos que no 1° colóquio sobre as origens da Damba, os historiadores mindamba recomendaram a recuperação do edifício segundo o modelo original para servir um museu da história local.
Com a sua demolição, uma parte da história foi-se...para sempre.
Convido-vos, estimados leitores, a ler "o hino de lementação", escrito por Prof. MIGUEL KIAME:
"Imaginemo-nos na cidade do bago vermelho, a simpática sede provincial do Uíje. Seria um acto administrativo sensato, por exemplo, as autoridades atribuírem a posse da residência oficial do Governador da Província ou do edifício público onde funcionou o BNA a um cidadão para usufruto pessoal, fosse a que título fosse e com a prerrogativa de destruir o edifício alienado, apagando-o completamente da memória histórica colectiva? Se, acaso, fizesse essa pergunta ao vivo e em público em pleno Estádio 4 de Janeiro, certamente a resposta ecoaria de forma contundente e em uníssono: NÃO !!!
Esta nota introdutória vem a propósito de uma informação recolhida de fonte geralmente bem informada que o imóvel público, antiga residência oficial do Administrador Municipal da Damba que por ironia do destino foi o primeiro edifício com piso superior, foi alienado a um cidadão que já está em prontidão para liminarmente derrubá-lo e pôr em marcha as obras do seu projecto pessoal. Parece anedótico, mas é a realidade, difícil de digerir e de acreditar.
É, a todos os títulos, louvável que se construam imóveis novos e com arrojo considerável de modernidade. Isto alimenta a estética visual do nosso vilarejo, estimula o gosto pelo belo e incentiva outras individualidades a enveredar pelo mesmo diapasão. A nossa Damba precisa desses contributos. Mas convenhamos que é inadmissível que as autoridades municipais se tenham deixado influenciar com tamanha vileza, permitindo a delapidação e a destruição do património público. Num passado próximo, caíra-se no mesmo absurdo, ao se derrubar e apagar da memória da nossa história, o famosamente conhecido “Mongo Vwa”, edifício onde inicialmente funcionou a sede da Administração colonial e que encerra para as nossas populações um valor histórico-cultural inestimável.
Onde está a defesa do interesse público?
Que termos de comparação histórica teremos para as futuras gerações, com essa política de “BOTA ABAIXO”?
A sabedoria popular diz a propósito: “Mboma kafwa maki kamaudiki” que traduzido ad litera é: “Nem morra a jibóia nem se partam os ovos”. Portanto, nada inviabiliza o convívio do novo com o velho nem do clássico com o hodierno.
Preservemos a história, a cultura e o património da nossa DAMBA!"