Na conferência de imprensa realizada ontem, em Luanda, esteve presente o ex- delegado da FNLA na Lunda-Sul, Sebastião Eduardo, também destituído no âmbito do mesmo processo.
Os dirigentes destituídos da cúpula da FNLA apontaram ontem, em Luanda, o actual líder, Lucas Ngonda, como sendo o elemento provocador de desentendimentos no seio do partido. Em declarações à imprensa, Fernando Pedro Gomes e Ndonda Nzinga, destituídos recentemente do Bureau Político da FNLA, acusaram Lucas Ngonda de interferir no processo de unidade , harmonização e desenvolvimento do partido, comportamento que, no entender de ambos, pode concorrer para a extinção do partido.
Os dois militantes culparam o Tribunal Constitucional (TC) de ser parte responsável pela “situação degradante” em que a FNLA se encontra, devido às sucessivas decisões que foi tomando nos últimos anos sobre o partido histórico angolano. Os queixosos consideram tais acórdãos como duvidosos por, alegadamente, “não contribuírem em nada sobre a unidade do partido, mas continuando a beneficiar uns em detrimento da grande massa militante e da FNLA”
. Os militantes dizem, ainda, estarem na posse de provas de como houve fraude no último congresso, no qual, supostamente, estiveram presentes mais de 100 delegados infiltrados para votarem em Lucas Ngonda. Eles desafiam o presidente do partido FNLA para um debate livre e aberto sobre a real situação do partido e as motivações que estão na base de tantas “expulsões” no partido que, em seu entender, estiveram também na base do seu afastamento, tendo lembrado que tais irregularidades culminaram com a morte do ex-comandante e antigo combatente António Manuel. Contactado por este jornal, Lucas Ngonda, disse não ter “nada a declarar”.
Via o país?