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Portal da Damba e da História do Kongo

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Página de informação geral do Município da Damba e da história do Kongo


Ir para a Ndamba como turista de nada serve neste momento

Publicado por Muana Damba activado 24 Septiembre 2015, 19:20pm

Etiquetas: #Coisas e gentes da Damba

 

Por Makunza Tungu Tony Sofrimento

 

Tony Sofrimento Tungo

 

A Ndamba é uma Terra boa. Tem água, espaços cultiváveis, clima excelente, comunicação rápida com outras localidades, conexão celular aceitável, emissora de radio comunitária, relativa cobertura escolar, centros de culto incluindo um Santuário, cobertura hospitalar deficiente mas com um hospital de referência e uma maternidade bem equipados, segurança coberta com unidades policiais, autoridades tradicionais e administrativas em função, autoridades religiosas e pessoas adultas e com referência inquestionável.

 

Olhando para o quadro acima descrito, estamos perante um bom lugar para viver. Para tal, precisamos de trabalhar duro, no sentido de fazermos com que toda a riqueza exposta possa resultar em produção de água potável, energia eléctrica, alimentos e excedentes para comercializar, criação de infraestruturas de suporte - estradas terciárias, pequena rede sanitária e escolar, rede elétrica, estações agrícolas mecanizadas, etc...


Nada vem do nada!

 

Temos que tomar consciência disso e por isso temos que antes de tudo, libertarmo-nos do sentimento do olhar e transformarmos no sentimento de pertença interior que nos leva a gostar e por isso levados a fazer algo pela Terra. Ir para a Ndamba como turista de nada serve neste momento. Temos que ir para lá como se estivéssemos a rever o local onde foi enterrado o nosso cordão umbilical. O local do maior e melhor sono do mundo. Se assim fizermos, teremos motivação para fazer mais por ela do que para a terra dos outros.


Hoje por hoje, temos debilidades que poderiam ser superadas por muitos de nós se assumíssemos a Terra como tal. Podíamos superar o grande deficit de professores com qualidade, médicos disponíveis, outros especialistas que contribuem para o desenvolvimento etc...

 

Fala-se muito da questão dos bancos e da comunicação. Esses assuntos são muito delicados. O negócio do banco é dinheiro. Dinheiro vem da produção. Se não há produção, dificilmente o banco terá dinheiro para negociar. Certo é que não há assim tantos funcionários públicos para cobrirem as funções de um banco e mesmo que haja remessas de dinheiro do exterior da Ndamba, os beneficiários ainda têm que superar a crise de identificação pois em todo o país esse é um dos grandes problemas.

 

Os habitantes da nossa terra em particular e do país em geral, acomodaram-se com as remessas mínimas de dinheiro que recebem dos filhos e outros familiares e deixaram de produzir porque com este soldo, eles sobrevivem.


Não se encontram nas praças e mercados produtos que justifiquem a energia e a força que ostentam as populações. Não estão nem aí. Os chineses invadiram as praças e mercados com os seus produtos. Os hábitos mudaram de cor e se esbanja o pouco em fantasias.


Do lado do governo, há pouca acutilância na aplicação das políticas traçadas. Os meios postos à disposição não são geridos com lisura e comedimento. Os gastos públicos não justificam os fins nem as obras.
Constroem-se escolas sem qualidade, infra-estruturas públicas sem contrapartida comparada com os orçamentos. Levando a manutenções periódicas muito curtas. Obras iniciadas e não concluídas ou retardadas. Sistema de água e electricidade refeito várias vezes sem que a população tenha usufruído da melhor maneira. Falta de políticas de criação de condições para receber potenciais investidores etc...


No que toca à agricultura, má ou deficiente utilização dos kits agrícolas postos à disposição das administrações locais além do facto de não existir uma base fiável de manutenção das mesmas. Ainda não se pode ir facilmente para as comunas de Nkamantambu e Lemboa, para o Nkusu-Mpete a estrada está terraplanada e não se vai bem para Lukunga nem para o interior das aldeias distantes e fora da estrada principal e asfaltada que passa na rota Negage - Makela do Zombo.


A energia eléctrica, um factor de desenvolvimento, passa por cima da localidade e do município, deixando o zumbido da corrente e o recado de que o altíssimo investimento para uma sub-estação na Ndamba carece de um plano de desenvolvimento industrial pois para acender lâmpadas, basta um gerador a diesel, uma central fotovoltaica ou uma pequena barragem a instalar num dos rios que por aí passam.


Não precisamos de ser milionários para fazer qualquer coisa na terra. Faça como muitos de nós. Construímos as nossas casas no local como sinal do amor e da criação das condições para regressar.


Viva a Ndamba!!!

 

Fonte: facebook/ANADAMBA

 
A populaçâo da Damba na segunda ediçâo das festas da Vila. Imagem do Muana Damba

A populaçâo da Damba na segunda ediçâo das festas da Vila. Imagem do Muana Damba

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