Pacaça ou búfalo vermelho, está em via de extinção, na imagem, um pacaça no jardim zoológigo de Lisboa.
O Ministério do Ambiente solicitou, em Luanda, o apoio das Forças Armadas Angolanas (FAA) para a recuperação da Pacaça, mamífero emblemático das províncias do Uíge e Zaire e que se encontra em vias de extinção.
A solicitação foi feita durante um seminário sobre “Forças Armadas na Protecção e Conservação da Diversidade Biológica em tempo de paz”, dirigido aos oficiais e civis das FAA, no quadro do 22 de Maio, Dia Mundial da Biodiversidade.
O chefe de departamento da Biodiversidade do Ministério do Ambiente, Nascimento António, disse que a espécie corre risco de extinção, uma vez que caçadores furtivos e vendedores da carne deste animal fazem passar o produto por carne de vaca.
“A pacaça está em vias de extinção. Havia muitas manadas no Parque Nacional da Quiçama, que era o seu símbolo, mas hoje não existe nenhum exemplar”, informou o técnico do Ministério do Ambiente.
Protecção da espécie
O sector prepara uma missão de captura de algumas pacaças para a sua recuperação, à semelhança do projecto de conservação da “Palanca Negra Gigante”.
“Estamos a preparar uma missão de captura da pacaça para transferi-la para a Quiçama. Para isso, precisamos do apoio das Forças Armadas, que desde o alcance da paz apoiam o sector do Ambiente nas suas mais variadas vertentes”, reconheceu o técnico.
O Ministério do Ambiente solicitou aos quartéis e bases militares das FAA empenho na conservação e protecção das áreas protegidas (estimadas em 12,58 por cento do território nacional), devido às constantes ameaças de caçadores furtivos.
“As Forças Armadas Angolanas têm sido o maior parceiro na protecção da biodiversidade em Angola e apelamos ao envolvimento de todos para a salvaguarda deste património”, disse Nascimento António. Entre outras operações, as FAA apoiaram com meios materiais e humanos o reconhecimento e captura da Palanca Negra Gigante (2009-2011), no quadro do projecto de reprodução “Arca de Noé”, em curso no Parque Nacional da Quiçama, e de protecção da tartaruga marinha. Quanto à situação da biodiversidade em Angola, o chefe de departamento da Biodiversidade disse que algumas espécies se encontram em vias de extinção e outras em reprodução, como é o caso dos elefantes, girafas e hipopótamos.
“Os estudos em torno da biodiversidade em Angola ainda não estão acabados, continuamos a notar a recuperação de muitas espécies e o perigo de desaparecimento de outras”, avançou Nascimento António.
Assegurou que as únicas espécies que não se encontram na lista vermelha são elefantes, hipopótamos, crocodilos e girafas.
Segundo a fonte, citando o relatório da biodiversidade 2007/2012, em Angola existem menos de 100 búfalos, menos de 30 chimpanzés, oito famílias de gorilas, 50 e 100 hienas castanhas e malhadas, respectivamente, menos 100 leopardos e menos de 50 leões rinocerontes brancos e pretos.
O bambi (veado), golungo e pacaça são as espécies mais procuradas pelos caçadores furtivos em Angola.
Caça furtiva
A desflorestação, caça furtiva, derrame de petróleo, degradação dos mangais, espécies invasoras, elevada densidade populacional que sobrevive da agricultura e criação de gado são, segundo a fonte, as principais ameaças à biodiversidade em Angola.
“Em Angola, de acordo com os resultados do Censo de 2014, 50 por cento da população vive no meio rural e as actividades por ela praticada, desde agricultura, caça e pesca, dependem directamente da biodiversidade”, lembrou.
Apesar de se assistir a uma certa consciencialização ambiental na comunidade rural, os trabalhos de sensibilização devem ser reforçados para a protecção e conservação da biodiversidade angolana. Angola conta com 11 áreas de conservação, que representam 12,58 por cento do território nacional.
Angola possui uma imensidão de insectos invulgares, sendo por isso imperioso o estudo da fauna e flora do país como forma de preservação e aproveitamento das suas vantagens para o ecossistema.
Angola é um país fértil em termos de fauna e flora, pelo que é imperativo a promoção de acções de protecção de espaços onde o habitat dos animais ainda não foi destruído e carece deintervenção das comunidades em geral.
Para tal, é preciso aumentar a consciencialização da população para a importância da diversidade biológica e para a necessidade de protecção da biodiversidade.
Via J.A