Por José Bule | Uíge
Centenas de expositores nacionais e estrangeiros participaram na V Feira Agro-pecuária e Industrial do Uíge, realizada de 3 a 6 de Julho sob o lema “Revitalizar a economia local, diversificando as fontes de investimentos rumo ao desenvolvimento”.
Empresas nacionais e estrangeiras de comércio-geral e agro-pecuária, indústria gráfica, panificação e pastelaria, prestação de serviços e assistência técnica nas áreas de informática e tecnologias de informação, cerâmica, marcenaria e carpintaria, caixilharia, construção civil e de venda de materiais do ramo, além de boutiques, perfumarias e sapatarias, participaram na Expo-Uíge.
O recinto da feira, no Largo da Independência, teve de tudo um pouco, desde uma grande diversidade de produtos agrícolas cultivados na província a calçado, roupa, telefones móveis e fixos,sistemas e equipamentos de Internet, assim como peças de artesanato, quadros de artistas plásticos e livros.
Ana Silva, técnica de marketing da LEGIS-PALOP, disse que a participação na feira foi um “grande desafio” para a instituição tutelada pelo Ministério da Justiça e Direitos Humanos, cujo stand foi muito visitado por pessoas que “manifestaram interesse”. A LEGIS-PALOP disponibiliza, através do seu website, textos oficiais e editáveis de análise jurídica e comparativa, ligações directas e versões consolidadas de legislação, jurisprudência e doutrina do Direito.
No stand da Angola Telecom, os visitantes puderam encontrar muitas novidades, dentre as quais os serviços de banda larga “Fala e Navega” e de Internet sem fio. Simão Pangui, chefe de loja, disse que a empresa pública de telecomunicações oferece a cada ano que passa novas opções de escolha aos seus clientes.
“Temos um projecto de expansão da rede telefónica e de Internet para atingirmos, em pouco tempo, as localidades mais longínquas da província”, disse. A Encarnet apresentou uma grande diversidade de materiais informáticos e de tecnologias de informação. O seu administrador, Moisés Cardoso, disse que nesta terceira participação no evento, a empresa teve a oportunidade de mostrar aos visitantes o que podem oferecer em termos de formação técnico-profissional nas áreas de informática, instalação de redes e de serviços de Internet e satélite, de vídeo e áudio-conferências, sistemas de vigilância e prestação de serviços nas áreas de transportes e distribuição de combustíveis.
“A cidade está a crescer e as oportunidades de negócios aumentam a cada dia que passa. Procuramos ter uma maior visibilidade no mercado e a feira é a principal porta de entrada com vista ao aumento do volume de vendas”, afirmou.
Do café ao peixe
O café podia ser tomado a qualquer momento no stand da Angonabeiro, empresa portuguesa que compra grandes quantidades do café produzido na região. Angonabeiro expôs máquinas de café e diversos tipos do produto em grão e moído, chá, azeitonas e vinhos que distribui.
O director-geral da empresa, José Carlos Beato,disse que o regresso à Expo-Uíge se deve ao sucesso alcançado na edição passada. “Este ano, com a ajuda de um agente local, pensamos que a nossa participação correu ainda melhor”, adiantou.
A Brazáfrica teve em exposição casas de madeira e produtos veterinários, vacinas, sementes para testagem, sal mineral, ração animal, arames para cercas, instrumentos para manejo de bovinos como brete e tronco, balanças para pesagem dos animais, tractores, implementos agrícolas, selaria, chapéus e botas.
O representante do expositor, Gilberto Néris, disse que a empresa brasileira funciona em Angola há mais de quatro anos e viu-se motivada a participar na V Feira Agro-pecuária e Industrial do Uíge depois do convite oficial feito pelo Governo Provincial. As Organizações Lucinda apresentaram marcas de referência de fatos e calçado de origem portuguesa e italiana na feira. A firma funciona na cidade do Uíge há menos de um ano e participou pela primeira vez num evento do género. “Viemos aqui para mostrar as nossas roupas e calçado. Com esta primeira participação numa feira, pretendemos aumentar o nosso volume de vendas e criar novas parcerias de negócios”, disse o expositor Quiaco Zage.
Eduardo Alexandre, técnico-designer e responsável da Gráfica Ared, fez a apresentação detalhada dos equipamentos que a empresa levou ao local para confecção de camisolas, chapéus, brindes publicitários e outros serviços.
José Simão, da GK8, trouxe de Luanda para o Uíge colchões de mola e espuma, além de outros ortopédicos e placas. “Fomos convidados a estar aqui e aproveitamos para promover os nossos produtos”, disse.
Na segunda participação na feira, a Gráfica DK mostrou serviços de impressão em camisolas, uniformes de trabalho, bonés, canetas de metal e plásticas, e a confecção de convites.
Também de Luanda para o Uíge veio o jovem Diogo de Sousa, que em nome da Cooperativa Arco Íris, de artes e ofícios rastafari, trouxe material reciclado, como as sandálias do tipoloncaco oulondindi, pastas e bijuterias.
“Já trabalhei aqui algum tempo e acho que é mais um mercado que se está a abrir para podermos multiplicar os nossos negócios. Com esta participação espero encontrar parcerias e trocar experiências com os artesãos locais”, disse.
Pão de forma e cassete duplo, sortidos diversos, bolos de aniversário e outros foram apresentados pela Padaria Lenita, que funciona na província desde 2013 e tem uma produção diária de cerca de quatro mil pães.
Muito peixe no stand da Associação Câmara Frigorífica. Há 10 anos que a organização comercializa pescado em vários pontos da cidade do Uíge, mas foi apenas a segunda participação na feira.
Na feira, os 16 municípios da província apresentaram as suas potencialidades económicas e culturais.
Gala de Premiação
O grande Prémio Expo-Uíge 2014 foi atribuído à Gráfica Arad, no mercado local há três anos. No ano passado, arrebatou o prémio de “Melhor Empresa de Comércio-Geral e Prestação de Serviços”.
Na Gala de Premiação, realizada na noite de sábado, no cine Ginásio, foram distinguidas mais oito categorias.
~~O município do Quitexe venceu a de Melhor Representação Municipal, enquanto a empresa LC Liundula triunfou na de Comércio-Geral e Serviços. A Carpintaria Sampoio venceu nessa categoria e a Quissary foi a melhor expositora de Máquinas e Equipamentos. O Prémio Bebidas e Alimentação ficou com a empresa Angonabeiro e o Instituto Nacional do Café foi o melhor em Agro-Pecuária.
O Instituto Médio Politécnico Manuel Quarta Punza venceu em Arte e Cultura e a AC Angola em Construção Civil.
Todos ao trabalho
A feira, realizada no âmbito das comemorações do 97º aniversário da cidade do Uíge, visou relançar a economia da província com a promoção de parcerias e oportunidades de negócio com base nas potencialidades locais.
O governador provincial do Uíge, Paulo Pombolo, agradeceu o apoio da Feira Internacional de Luanda (FIL) na organização da Expo-Uíge e disse que a governação local desdobra-se na criação de condições para a execução do Plano de Desenvolvimento da Província para o período de 2013 a 2017.
Paulo Pombolo pediu o empenho de todos na busca de soluções. “Arregacemos as mangas para o trabalho. Criticar sim, mas desde que sejam críticas construtivas. Só com o trabalho é possível mudar o actual quadro da província”, disse.
O presidente do conselho de administração da FIL, Matos Cardoso, sublinhou que todos os esforços feitos para o desenvolvimento da província do Uíge representam um grande desafio, mais complexo e mais caro, que requer maior articulação, sistematização e o envolvimento de todas as forças vivas da província.
“Aceitamos o vosso desafio e vamos continuar a trabalhar convosco em prol da promoção da economia e do desenvolvimento da província do Uíge e para a atracção de investimentos e a dinamização do sector formal, que inclua toda a juventude em todos os processos de desenvolvimento da província”, prometeu.
Via Jornal de Angola