Um grupo de 171 antigos refugiados angolanos terminou o curso intensivo de língua portuguesa, em Maquela do Zombo, o que vai facilitar a sua reintegração na sociedade angolana.
A acção de formação é resultado de um financiamento do Japão e teve a duração de três meses. Beneficiou angolanos repatriados dos países vizinhos nos últimos anos, segundo um comunicado da representação em Angola da Organização Internacional para as Migrações (OIM), enviado ao Jornal de Angola.
Os participantes no curso receberam os seus certificados de conclusão do curso numa cerimónia realizada no município da Maquela do Zombo. Os 171 formandos juntam-se aos 540 compatriotas que, também durante três meses, receberam idêntica formação nas cidades do Uíge e Luena, entre 2013 e o primeiro semestre desde ano.
No comunicado, a agência especializada da ONU disse que o curso intensivo de português vai permitir que os repatriados com dificuldades em comunicar consigam interagir e participar plenamente na vida das suas comunidades.
As aulas, organizadas em estreita coordenação com as respectivas direcções provinciais dos ministérios da Assistência e Reinserção Social e da Educação e apoiadas por parceiros locais, destacam "a contribuição continuada da Organização Internacional para as Migrações na reintegração sustentável dos repatriados nas suas comunidades". O documento recorda que, na sequência do acordo de paz, assinado em 2002, mais 423.343 cidadãos angolanos foram registados para regressar a Angola no âmbito do Programa Regional de Repatriamento Voluntário (VOLREP) desenvolvido em conjunto pelo Governo de Angola, pelos países de acolhimento, pela OIM e pelo Alto Comissário para os Refugiados (ACNUR), entre 2003 e 2012.
Em 2013 e início de 2014, a representação da Organização Internacional para as Migrações em Angola, em estreita coordenação com o ACNUR, o Ministério da Assistência e Reinserção Social e outros ministérios, apoiou o regresso voluntário e seguro de 2.022 antigos refugiados angolanos provenientes da Zâmbia, Botswana e África do Sul. Da Zâmbia vieram 1.956, do Botswana 391 e da África do Sul 35.
Pessoas vulneráveis
“A maioria dos repatriados foi alojada em áreas rurais e a sua longa ausência de Angola torna-os particularmente vulneráveis", lê-se também no comunicado da Organização Internacional para as Migrações, para quem, “sem o apoio adequado, eles correm o risco de serem socialmente marginalizados dentro das suas comunidades".
A Organização Internacional para as Migrações continua empenhada em apoiar o Governo de Angola no fornecimento de soluções de reintegração sustentável para o benefício dos antigos refugiados angolanos e das comunidades onde são integrados.
Angola é Estado membro da Organização Internacional para as Migrações desde 1991 e opera em Angola desde 1994.
O seu trabalho está centrado na assistência aos vários tipos de migrantes, como vítimas de tráfico de seres humanos, antigos angolanos refugiados e populações deslocadas internamente devido a catástrofes naturais
Via JA