Soba Nakunzi - Mfumu a nsi a Ndamba

Durante três décadas, foi o verdadeiro soberano da Damba. Uma das figuras mais importante da Damba de todos tempos. Para o Dr. Martins Morais, o seu contemporáneo e Administrador da Damba, entre 1945 e 1953, o Soba Nakunzi era verdadeiro "Mfumu a nsi a Ndamba" (a expressão é dele), ao contrário do que muitos pensam, ele não foi soba do KIYANIKA, no seu tempo, o soba desta aldeia era o seu sobrinho Nkabata.

Era ele que resolvia os problemas de extrema importância na Damba e não só, a sua autoridade ultrapassava os actuais limites da Damba. Mesmo sendo cego, no vespertino da sua vida, o soba NAKUNZI era solicitado para resolver problemas do Béu, Zombo, Kwuilo Nfuta, Bungo, Mukaba, Makokola até no Sanza Pombo. Antes da ocupação lusitana, foi ele que obrigou os comerciantes portugueses a pagar o imposto, como o direito de passagem, no território da Damba.

Foi um dos últimos juiz tradicional do extinto reino do Kongo, sábio, distinguiu-se na imparcialidade dos seus julgamentos. Conta-se que uma vez, condenou o seu próprio sobrinho, absolvendo um estrangeiro desconhecido, que tinha razão sobre um importante litígio.

Esta fotografia é da autoria do Dr. Martins Morais, de 1946, já cego, o Soba Nakunzi está trajado com pele de um animal chamado Nzuzi, símbolo da autoridade tradicional. Pertencia o clã do KINKENGE.