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Portal da Damba e da História do Kongo

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Página de informação geral do Município da Damba e da história do Kongo


CABINDA BWALI. UM EXTRAORDINARIO ORDENAMENTO URBANISTICO NO SECULO XVI

Publicado por Muana Damba activado 4 Mayo 2014, 02:41am

Etiquetas: #História do Reino do Kongo

Por Simão Souindoula (*)

E a inevitável constatação que e feita apos a leitura do capitulo 13 do volume IV da “Historia Geral do Congo, das origens aos nossos dias”, publicada nas ediçõesL’Harmattan, em Paris.

Esta contribuição foi redigida pelo Theophile Obenga, Professor emérito da Universidade de Estado de San Francisco, na Califórnia, no quadro da zona de partilha histórica regional.

Numa notável síntese das fontes primárias sobre os Reinos do litoral da Africa centro oeste, o egiptólogo do Congo da margem direita, confirma que a capital de Loango era, igualmente, designada, nas relações antigas, como Banza Lovangiri, Mbanza Luangiri, Luandjili ou Loandjili.

Outras apelações encontradas, ai, são Lwanjdili, Lovango, Boarie ou O relato do geografo holandês Olfert Dapper, na sua “Descrição de Africa” (1686), que nunca veio ao região, contrariamente ao Andrew Battel , coloca a referida capital numa área montanhosa que ele chama Lovangomongo ou Luangomongo cidade na serrania. Outra denominaçãoque indica o desenhador neerlandês e Mampili.

Tudo indica, então, que houve uma bwal’ anterior, no hinterland de Loango, Cidade de origem dos Nfumu. Segundo Battel, a capital, situava-se, no fim do seculo XVI, a três miles do mar e estendia-se numa grande planície.

A cidade estava cheia de palmeiras, “bakoves” e bananeiras e era muito relaxadora. As casas eram construídas em baixo das árvores. As ruas eram largas e sempre, bem limpas. O mercado abria todos dias a partir da média. Era um sítio das mais agradáveis.

Morfologia

Tais eram a morfologia e algumas características de Bwali, no fim do seculo XVI e nos primeiros anos do seculo XVII. Segundo Battel, Banza tinha quase a dimensão da cidade de Rouen.

No cálculo moderno, Bwali tinha cerca de 16 quilómetros quadradosde superfície.

Em 1787, Degrandpre, oficial da Marinha francesa, que fiz uma estadia de negócios esclavagistas, na região, notou que “Banze Loango e um grande espaço contendo cerca de 15 000 almas”. Isso, da uma densidade de, proximamente, 1000 habitantes ao km/quadrado.

O Padre Bernadino Ungaro, missionário italiano, que introduziu, em 1663, a religião crista no “Si Vili “, indicou que a corte real era constituída de 300 pessoas. Um ano depois, ele batizou mais de 12 000 sujeitos de Nganga Mvumba.

Haupstat

Degrandpre atribui a forte massa demográfica a poligamia e avalia a população total do tríptico Loango/KakongoMalemba/ Ngoyo Cabinda, em 60 000 habitantes.

Para Obenga, Bwali era uma verdadeira haupstadt com casas construídas como na Itália.

Era o centro de receção de produtos vindos da sua periferia Makonde, Sekie e Katte. A cidade vivia, naturalmente, de uma agricultura de auto substância feita de manioque, legumes e frutas, assim como da pequena criação pecuária domestica.

O Mampili tinha, igualmente, os seus famosos príncipes ma-kaia negociantes esclavagistas, os seus nganga e os talentosos artesoes (ngangulas, salineiros, ceramistas, tecedores e pescadores).

A “town of Mani Longo”, bem articulada ao tráfico negreiro atlântico funcionava como, continuamente, cidade-entreposto.

Este posicionamento mercantil que fez surgir a volta de Bwali, “terras” e “pontas” de retenções e trânsito de escravos provocara a gradual decadência da cidade, que, no fim do seculo XVIII, e a sombra de ela própria.

Bwali apanhou a contracorrente, implacável, da história esclavagista e colonial, que interrompeu a inteligência urbanística africana.

(*) Historiador e Perito da UNESCO

C.P. 2313

Luanda – Angola

Tel. + 929 74 57 34

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