Por José Carlos de Oliveira
Poderia escrever-vos (mal) algumas palavras de saudação na forma em que o Kikongo era entendido pelos Bazombo em meados do século passado. Se o fizesse corria o risco de, aqui ou acolá, ser mal-entendido, e isso é o que menos desejo.
A partir de agora limitar-me-ei a endereçar-vos algumas palavras alusivas à imagem que acompanhará cada texto, será uma espécie de Lukau. No meu tempo, no tempo de David Grenfell, no tempo do Álvaro Gaimoko, do Regedor Nankixi (Nankinsi), do soba do Banza Pette, dir-se-ia como despedida – Wenda Kiambote, ou, (o que ainda hoje prefiro e entendo: que tudo te corra bem. Apesar da tradução à letra se bem me lembro: que o trabalho te corra bem) Sala Kiambote.
Representa o rei do Kongo D. Álvaro Bemba no lumbu (Terreiro) rodeado do seu séquito e dos representantes políticos e militares Portugueses, distinguindo-se à direita, em baixo, o na altura tenente José Heliodoro Faria Leal, com o cotovelo direito repousado sobre uma das peles de leopardo que só o rei podia pisar.
O rei estava, naquela circunstância, investido da mais altas funções: a de sumo-sacerdote. Centralizava todo o poder temporal e espiritual e assim transmitia aos seus chefes subalternos a suas ordens primaciais, por isso, sobre a sua cabeça estava aberto o chapéu de chuva, insígnia do poder de mandar chover ou de parar a chuva.
Corria o ano 1896, meses depois e durante o mesmo ano D. Alvaro Mbemba, Muene à Kongo, Ntotila, Ntinu à Kongo, Ntinu a Lukeni falecia.
Espero que o presente documento vos seja alguma utilidade
Com os meus cumprimentos